Bruxelas, 8 jun (EFE).- Os últimos resultados das eleições
europeias divulgados hoje confirmaram a centro-direita como a
principal força do Parlamento Europeu, além da forte queda dos
social-democratas e da melhora no desempenho dos verdes.
Mesmo com quatro cadeiras a menos do que no pleito anterior, em
2004, o Partido Popular Europeu-Democratas Europeus (PPE-DE)
continuará sendo o grupo mais numeroso da câmara europeia.
Em princípio, os conservadores contarão com 263 deputados de um
total de 736. Os socialistas terão 161 representantes; os liberais,
80; e os verdes, 52.
No entanto, os números ainda podem mudar em função do que vier a
acontecer com a União para a Europa das Nações (UEN, de caráter
soberanista), grupo que pode se desintegrar, e à espera da criação
de um novo agrupamento liderado pelos conservadores britânicos após
a saída destes do PPE-DE.
Atualmente, 93 deputados aparecem sob a rubrica de "Outros",
entre eles 22 italianos do Partido Democrático (PD) que
previsivelmente se unirão aos socialistas e um bom número de
parlamentares de extrema direita ou de pequenas legendas que estão
pela primeira vez no Parlamento Europeu, como a espanhola União,
Progresso e Democracia (UPD).
A vitória conservadora fica clara com as vitórias nas eleições na
maioria dos países da União Europeia (UE) e, concretamente, nos seis
Estados do bloco que elegem mais eurodeputados: Alemanha, França,
Reino Unido, Itália, Espanha e Polônia.
O presidente do PPE-DE, o belga Wilfred Martens, aproveitou o
triunfo nas urnas para pedir que os chefes de Estado e Governo
comunitários renovem o mandato do conservador José Manuel Durão
Barroso como presidente da Comissão Europeia, órgão executivo da UE.
Os partidos social-democratas só venceram em seis países e
perderam em algumas nações onde são fortes, como Espanha e Portugal.
A derrota socialista foi especialmente grande na França, onde
foram praticamente igualadas pelos verdes, e no Reino Unido, onde os
trabalhistas do primeiro-ministro do país, Gordon Brown, passam a
ser a terceira força, superados inclusive pelos eurocéticos do
Partido da Independência do Reino Unido (UKIP).
Na Alemanha, por exemplo, o Partido Social-Democrata Alemão (SPD)
não consegue se recuperar a poucos meses das eleições gerais no país
e vive um dos piores períodos de sua história em termos de
preferência do eleitorado alemão.
Mesmo assim, a delegação alemã passa a ser a maior do Partido
Socialista Europeu (PSE), com 23 eurodeputados. Os italianos do PD
têm 22 vagas, seguidos dos 21 representantes do Partido Socialista
Operário Espanhol (PSOE).
A Alemanha, que elege 99 parlamentares por ser o país mais
populoso da UE, também domina no grupo conservador, no qual a CDU da
chanceler alemã, Angela Merkel, e seus parceiros bávaros da CSU
acumulam 42 cadeiras.
O partido do Povo da Liberdade (PDL), do primeiro-ministro
italiano, Silvio Berlusconi, será a segunda força no grupo, com 34
deputados.
Previsivelmente, a legenda italiana tentará fazer valer seu peso
para eleger Mario Mauro como presidente do Parlamento Europeu ou,
pelo menos, como líder do PPE-DE, depois de os alemães terem
desfrutado de ambos os cargos com Hans-Gert Pöttering ao longo da
legislatura anterior.
O outro candidato conservador para a Presidência da câmara
europeia é o ex-primeiro-ministro polonês Jerzy Buzek, aprovado
pelos ocupantes dos 28 assentos da centro-direita polonesa.
O domínio alemão se completa com a presença do país nas maiores
delegações dentro da Aliança Liberal-Democrata para a Europa (Alde),
da Esquerda Unitária Europeia e do grupo Verdes-Aliança Livre
Europeia (Verdes-ALE).
As eleições formaram um Parlamento Europeu com uma grande maioria
da centro-direita e com um significativo crescimento da extrema
direita mais radical em vários países.
O holandês Partido pela Liberdade (PVV) contará com quatro
cadeiras; os ultradireitistas húngaros terão três; o Partido Liberal
da Áustria (FPÖ), duas. Além disso, se destaca a presença inédita na
câmara europeia do Partido Nacional Britânico (BNP), que contará com
dois representantes. EFE