Brasília, 24 fev (EFE).- O embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi, afirmou nesta quinta-feira que o terrorista Osama bin Laden e a rede Al Qaeda são responsáveis por fomentar os protestos em seu país com a meta de se apoderar do petróleo e criar uma base de operações no norte da África.
"Temos provas de que a Al Qaeda deseja instalar um centro de terrorismo no leste da Líbia para atacar a Europa", disse o diplomata em um pronunciamento feito a jornalistas na sede da embaixada em Brasília.
Segundo Ezubedi, esse "projeto" se estende também à Mauritânia e o Egito, "com a liderança de Bin Laden", sobre o qual afirmou que "infiltrou" no país as pessoas que instigam a revolta contra o regime de Muammar Kadafi.
Sobre os opositores do líder líbio, disse que "usam pessoas como escudos humanos", que "conseguiram se apoderar de algumas delegacias" e "mataram civis e inocentes", o que fez com que "o Estado" tomasse a decisão de bombardear "depósitos de armas".
O objetivo dos manifestantes, segundo o embaixador, "não são reformas políticas e econômicas", mas promover "a divisão do país" e abrir caminho para que a Al Qaeda se apodere do petróleo com o fim de financiar suas atividades terroristas.
Ezubedi apontou que o Governo tinha duas opções: "Ou deixava que os terroristas ameaçassem a segurança nacional e dos vizinhos europeus, ou tratava o assunto de forma definitiva, ajustada à lei, sem permitir que ninguém transforme a Líbia em um centro de terrorismo".
Segundo a rede de televisão "Al Jazeera", os confrontos em diferentes pontos da Líbia continuavam nesta quinta-feira e aumentaram na cidade de Zawiya, palco de um ataque de forças leais a Kadafi que teria deixado cerca de 100 mortos e 400 feridos.
Por outro lado, a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) elevou o número de mortos para 640, mais do que o dobro do reconhecido oficialmente, 300. EFE