Gaza, 9 abr (EFE).- A única empresa de eletricidade da Faixa de
Gaza deixou de funcionar nas últimas horas devido à falta de
combustível e o bloqueio de Israel, devido ao dia de descanso judeu,
terminal através do qual é feita a transferência.
Em comunicado aos meios de comunicação, a Autoridade de Energia
do Governo do Hamas informa que os operários tiveram que desligar
todos os geradores da companhia ao ficar sem combustível.
"O blecaute afetará todos os aspectos da vida diária na faixa,
(recentemente) visitada por líderes internacionais e diplomatas que
prometeram ajudar a pôr fim ao bloqueio de Israel", diz a nota de
imprensa.
Fontes da Autoridade de Energia disseram que não esperam retomar
o funcionamento da empresa até no domingo, quando, uma vez concluído
o sabbat (jornada de descanso), Israel deve reabrir o terminal
fronteiriço pelo qual é efetuada a transposição de combustível dos
caminhões israelenses para os palestinos.
A nota de imprensa também responsabiliza o primeiro-ministro da
Autoridade Nacional Palestina (ANP), Salam Fayyad, que governa na
Cisjordânia, pelo blecaute. Ele diminuiu as quantidades de
combustível destinas à faixa de 2.200 metros cúbicos para 750 por
semana, como medida de pressão contra o Governo do Hamas.
O porta-voz de Fayyad, Ghassan Khatib, denunciou por sua vez que
a responsabilidade reside no Governo do Hamas, que não envia o
dinheiro das faturas pagas pela população à ANP para, com isso,
pagar o custo do combustível.
Segundo Khatib, o Hamas utiliza esse dinheiro para financiar todo
seu aparelho administrativo em Gaza e pagar salários de
funcionários.
Os moradores de Gaza, território que também recebe uma parte de
sua eletricidade de Israel e do Egito, disseram à Agência Efe que
"por enquanto o blecaute afeta zonas do centro e a periferia de Gaza
capital", mas que "se espera que ele se estenda nas próximas horas".
O subdiretor da Autoridade Energética, Kanan Obeid, disse que
nestes momentos a redução do abastecimento é de 50% , já que segue
entrando a que eletricidade proveniente de Israel e do Egito.
A empresa que não está funcionando fornece 40% das necessidades
da faixa palestina. EFE