São Paulo, 6 jan (EFE).- Os estrangeiros se transformaram nos principais investidores da Bolsa de Valores de São Paulo no ano de 2011, eles foram os responsáveis por 34,74% dos movimentos contra 29,57% em 2010, conforme balanço divulgado nesta sexta-feira pela administradora do pregão.
Com esse afã, os estrangeiros deslocaram da liderança os investidores institucionais, cuja participação no volume de negócios na maior bolsa de valores da América Latina se manteve praticamente estável, passando de 33,29% em 2010 para 33,34% em 2011.
Os estrangeiros ocuparam principalmente a participação que era de pessoas físicas, responsáveis por 21,44% dos movimentos em 2011 contra 26,41% ano antes.
Em quarto na lista dos maiores investidores no pregão paulista se mantiveram as instituições financeiras. A participação delas passou de 8,35% em 2010 para 8,56% em 2011, e o quinto foi para as empresas, cuja participação caiu de 2,31% para 1,74%.
Pelo balanço divulgado pela operadora BM&FBovespa, o investimento de estrangeiros em papéis de empresas brasileiras registrou em 2011 saldo positivo (diferença entre compras e vendas) de R$ 8,2 bilhões.
Esse resultado foi possível porque a diferença entre as compras e as vendas de ações de empresas brasileiras por parte de investidores estrangeiros foi positiva em R$ 9,5 bilhões no ano passado.
As vendas de papéis no mercado secundário da bolsa paulista por parte dos estrangeiros, por outro lado, superaram as compras em R$ 1,3 bilhão.
A participação dos estrangeiros nas ofertas públicas de ações (IPO) de empresas brasileiras no ano passado foi de 55,3% do total de R$ 17,3 bilhões ofertados.
Pelo balanço do operador da bolsa, no fim de 2011 a praça paulista contava com 2.852 clubes de investimento, dos quais 117.078 investidores tinham cotas.
O número de pessoas físicas com contas para investir na Bolsa de São Paulo caiu de 610.915 no fim de 2010 para 583.202 em dezembro de 2011.
A Bolsa de São Paulo terminou 2011 com prejuízo acumulado de 18,10%, o terceiro pior resultado desde 1995, como consequência em parte da crise econômica mundial.
Em 2008, devido igualmente a crise mundial, a bolsa terminou o ano com perdas de 41,22%, e em 1998, também por turbulências externas, a praça se contraiu 33,46%.
Apesar das perdas, o pregão registrou no ano passado recorde tanto no volume financeiro quanto no número de negócios.
O volume financeiro total no segmento de ações somou R$ 1,61 trilhão, acima do recorde de 2010, que era de R$ 1,60 trilhão. A média diária de negócios também foi recorde: R$ 6,4 bilhões.
Histórico ainda o total de negócios, que subiu de 106.418.437 em 2010 para 141.229.649 em 2011, como foi o número médio diário de negócios, que passou de 430.844 em 2010 para 567.187 no ano passado. EFE