Washington, 2 ago (EFE).- Os milhões de litros de produtos
químicos que são jogados no Golfo do México para fracionar o
petróleo em pequenas partículas e impedir sua flutuação na
superfície não são mais tóxicos que o vazamento, revelou hoje um
novo estudo.
O relatório divulgado nesta segunda-feira pela Agência de
Proteção Ambiental (EPA) americana conclui que o solvente empregado
no Golfo, o Corexit 9500A, é tão tóxico quanto produtos utilizados
em outros vazamentos.
O Governo dos EUA foi criticado por ter dado sinal verde à
injeção em massa de produtos químicos nas águas do Golfo, cujo
impacto em longo prazo ainda é desconhecido.
A diretora da EPA, Lisa Jackson, explicou em comunicado que o uso
de solventes foi reduzido drasticamente no final de maio.
Segundo os dados da Agência, a mistura dos produtos químicos com
o petróleo é praticamente tão tóxico quanto o petróleo sem mistura.
O Corexit 9500A fraciona o óleo em pequenas partículas a fim de
que seja absorvido por microorganismos marítimos.
O estudo vem à tona quando a BP, empresa responsável pelo
acidente no Golfo que se tornou a maior catástrofe ecológica na
história do país, se prepara para vedar de forma definitiva o poço
Macondo, de onde surgiu o vazamento.
O almirante da Guarda Costeira Thad Allen afirmou que hoje serão
realizados testes preliminares que consistirão na injeção de
pequenas quantidades de petróleo no Macondo.
Acredita-se que a operação dure aproximadamente quatro horas e
dependendo dos resultados começaria o processo conhecido como
"static kill" (eliminação estática) que inundará o poço com lodo
pesado a fim de empurrar o petróleo para o seu lugar original, um
depósito situado a 4 mil metros sob a superfície marinha. EFE