EUA pressionam Tailândia pela extradição do "Mercador da morte"

Publicado 13.10.2009, 11:40

Bangcoc, 13 out (EFE).- A Procuradoria Geral americana fez hoje uma nova tentativa na Justiça da Tailândia para que o suposto traficante de armas russo, Viktor Bout, seja extraditado aos Estados Unidos.

David Ogden, procurador-geral Adjunto, reuniu-se em Bangcoc com funcionários do Ministério da Justiça para abordar à extradição do chamado "Mercador da morte", que foi solicitada pelos Estados Unidos e negada em agosto pelo tribunal tailandês.

"O processo de extradição de Viktor Bout é importante para os Estados Unidos. Sobre ele recaem sérios crimes contra os americanos", disse Odgen à imprensa.

A visita do procurador-geral Adjunto a Bangcoc ocorreu depois de no mês de setembro, o mesmo tribunal desprezar uma justificativa apresentada pela Colômbia em favor da extradição de Bout, por entender que a mesma estava sendo feita fora de prazo.

Os Estados Unidos, através da Procuradoria Geral da Tailândia, apelaram contra a decisão que rejeitou a extradição de Bout para que seja julgado em um tribunal americano por vender armas à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), conspirar para o assassinato de funcionários norte-americanos e comprar lança-foguetes antiaéreos.

O Ministério colombiano de Relações Exteriores apresentou o recurso americano em um relatório de 300 páginas em que aponta o russo como "um traficante ilegal de armas muito perigoso e suspeito de tentar vender as Farc cem lança-mísseis antiaéreos portáteis Igla, entre outras armas".

Em março de 2008, Bout, ex-piloto e agente da KGB (serviço secreto da União Soviética), foi detido no luxuoso hotel Sofitel de Bangcoc por membros da agência antidrogas dos Estados Unidos que se faziam passar por compradores de armas.

As autoridades tailandesas cogitaram processá-lo por apoio ao terrorismo, mas desistiram diante da falta de provas, por isso Bout pode sair livre se a apelação dos Estados Unidos for rejeitada.

Os serviços de inteligência britânicos e americanos sustentam que Bout coordenou durante anos uma das maiores redes privadas de contrabando de armas e teve negócios com regimes sanguinários na África e Ásia, com ditadores como o liberiano Charles Taylor e com o terrorista Osama bin Laden, quem pagava à vista os pedidos para Al Qaeda.

Sua fama inspirou o filme de Hollywood "Lorde of War" (Senhor da Guerra), cujo protagonista, Nicholas Cage, relata orgulhoso no filme que aproveitou a queda da União Soviética para ganhar dinheiro com os arsenais que adquiriu ao subornar generais corruptos. EFE

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