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Opep mantém produção de petróleo e confia na saída da crise

Publicado 09.09.2009, 21:36
Atualizado 09.09.2009, 22:35

Wanda Rudich.

Viena, 10 set (EFE).- A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu hoje em Viena, pela terceira vez no ano, manter seu reduzido nível de produção, de 24,84 milhões de barris diários (mbd), e confiar que uma saída da crise ajude o grupo a sustentar o preço do petróleo.

"Seguimos igual", disse o ministro da Energia da Argélia, Chakib Khelil, após a conclusão da 154ª conferência ministerial da Opep.

A atual cota de produção da organização, que exclui o fornecimento do Iraque, é 4,2 mbd menor que a registrada em setembro de 2008.

Entre setembro e dezembro do ano passado, a Opep, preocupada com a queda dos preços do barril depois do retrocesso da demanda causado pela crise financeira mundial, se reuniu três vezes para decidir retirar barris do mercado.

Finalmente, fixou a nova cota em Oran, na Argélia, e, nos meses seguintes, os preços, que tinham caído de quase US$ 150 para menos de US$ 35 por barril, praticamente duplicaram, apesar de o grupo nunca ter chegado a cumprir 100% com o corte.

Os petróleos negociados nos principais mercados mundiais indicaram uma ligeira alta. Em em Londres, o barril do Brent, de referência na Europa, subiu US$ 0,41 e fechou a US$ 69,83, enquanto o de Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) teve alta de US$ 0,21 e terminou o pregão cotado a US$ 71,31, em Nova York.

Em entrevista coletiva em Viena, o secretário-geral da organização, o líbio Abdala el-Badri, disse hoje que "o cumprimento (das cotas) não é excelente, mas é bom, portanto decidimos seguir com a mesma produção".

Segundo os cálculos de diversos institutos, a produção real do grupo supera o limite estabelecido em mais de 1 mbd.

El-Badri prevê um aumento na demanda em 2010, mas de maneira moderada, só em 100 mil barris diários, mas o importante é a previsão de que a recessão mundial "esteja no fim".

"Há uma recessão que é comparável à de 1930. Temos que trabalhar em uma linha muito fina (com os preços), não queremos tomar medidas que danifiquem a economia", disse.

"O cumprimento das cotas está bom, a economia está melhorando, parece que a recessão está passando e acreditamos que as coisas vão melhorar. Os preços vão permanecer a este nível e talvez aumentem no final de ano ou início do próximo", disse Khelil.

Além disso, lembrou que "a especulação está aí, não vai desaparecer e está empurrando os preços para cima".

No entanto, o presidente rotativo da organização e ministro do Petróleo angolano, José Maria Botelho de Vasconcelos, considera que "a situação do mercado não dá garantia suficiente para a estabilidade dos preços".

"Enquanto há sinais de recuperação econômica, permanece uma grande preocupação sobre sua magnitude e ritmo, especialmente nas nações mais industrializadas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)", adverte a declaração final da Opep.

A nota destaca que os fundamentos do mercado seguem fracos, com baixos índices de utilização das refinarias e um considerável crescimento dos estoques de produtos derivados do petróleo.

Os ministros reiteraram seu compromisso de seguir vigiando atentamente a evolução do mercado e, nesta linha, convocaram uma reunião extraordinária para o dia 22 de dezembro, em Luanda (Angola).

Além disso, marcaram sua próxima conferência regular para 17 de março de 2010.

Nomearam, ainda, o ministro de Minas e Petróleo do Equador, Germánico Pinto, como presidente do organismo, a partir de 1º janeiro de 2010, por um mandato de um ano, e titular da mesma pasta iraniano, Masoud Mir-Kazemi, como vice-presidente. EFE

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