Luxemburgo, 20 jun (EFE).- Os ministros de Finanças da zona do euro encerraram a reunião deste domingo sem um acordo para desbloquear o quinto lance de resgate à Grécia, segundo confirmou a ministra de Economia e Finanças espanhola, Elena Salgado.
"Foi impossível decidir hoje sobre o desembolso", disse por sua vez o ministro de Finanças belga, Didier Reynders, em declarações à imprensa depois que o Eurogrupo concluiu sua reunião da segunda-feira após 7 horas de negociações.
"Foi impossível tomar uma decisão porque precisamos primeiro de uma clara decisão por parte do Parlamento grego. No início de julho decidiremos, e organizaremos o plano de resgate no começo desse mês", explicou Reynders.
Segundo os ministros, devem ser cumpridas três condições antes desse desembolso: a aprovação por parte do Parlamento grego do programa associado à ajuda; avançar na definição do plano de resgate a longo prazo como pede o Fundo Monetário Internacional, e definir o papel do setor privado em um segundo programa de ajuda.
"Não posso imaginar nem por um segundo que possamos comprometer a financiar a Grécia sem contar com um compromisso das autoridades gregas com o programa", disse o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, ao término da reunião.
Sobre a implicação do setor privado, Juncker assegurou que nesse aspecto houve "um progresso a respeito das últimas semanas", pois, disse, "o Eurogrupo aceitou o acordo franco-alemão de optar por uma participação 'voluntária'".
A ministra de Economia e Fazenda espanhola, Elena Salgado, considerou, por sua vez, que "seria desejável ter (o dinheiro) hoje" mas explicou que, segundo sua opinião, tê-lo pronto em julho é suficiente.
"Não se põe em questão a quantidade. Mas não se aprova esse desembolso até que não se tenham estudado algumas condições para o novo programa, não se tenha realizado essa sessão do Parlamento e não se tenha reunido as autoridades gregas comprometidas à participação do setor privado de maneira voluntária", disse a ministra espanhola.
O comunicado aprovado pelos ministros explica que "se buscará a participação do setor privado de modo que os credores gregos assinem de maneira informal e voluntária a nova dívida do país". EFE