Bruxelas, 17 jan (EFE).- Os ministros de Finanças da zona do euro se comprometeram nesta segunda-feira a "acelerar" os trabalhos para oferecer um pacote completo de respostas à crise da dívida soberana "o mais rápido possível", incluindo uma reforma do fundo de resgate para socorrer os países com problemas de financiamento.
"Vamos acelerar nossos trabalhos no Eurogrupo para poder apresentar a conclusão dos trabalhos o mais rápido possível ao Conselho Europeu - instituição que agrupa os 27 chefes de Estado ou Governo da UE -", assegurou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, após uma reunião em Bruxelas.
Juncker evitou especificar se o Eurogrupo apresentará estas iniciativas à cúpula de líderes de 4 de fevereiro, como exigiu na semana passada o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que pediu uma ampliação do fundo de resgate nesse prazo.
"Não disse que não vamos apresentar nossas conclusões em março. Disse que vamos acelerar nossos trabalhos e daremos a resposta do Eurogrupo o mais rápido possível", se limitou a dizer Juncker, que garantiu que o processo "não vai durar para sempre", pois "há uma certa urgência".
Neste sentido, Juncker explicou que convocará as reuniões de ministros suplementares que considerar necessárias.
Durante a reunião desta segunda-feira, Juncker constatou "uma grande quantidade de pontos de vista comuns e algumas diferenças que não são dramáticas" entre os 27, em relação aos diferentes ingredientes deste pacote de medidas contra a crise.
A receita preparada pelo Eurogrupo destaca a ampliação da quantia e os usos do fundo de resgate criado em maio para ajudar países afetados pela crise da dívida, teoricamente dotado com 750 bilhões de euros.
Juncker evitou informar as distintas opções sobre a mesa para dotar de maior potência o fundo de resgate, nem a aceitação que cada uma delas possui entre os 27.
"Discutimos todos os ingredientes que pudessem enriquecer o fundo. Este trabalho continuará. É cedo para dizer que conclusões alcançaremos", se limitou a dizer, após confirmar que entre as variantes se encontra a possibilidade de reduzir a taxa de juros que os países resgatados devem pagar, como pediu a Irlanda.
Antes da reunião com os ministros de Finanças da zona do euro, Juncker consultou os responsáveis dos seis países da zona do euro que gozam da melhor nota por parte das agências de qualificação - Alemanha, França, Finlândia, Holanda, Áustria e Luxemburgo -, como principais fiadores do fundo.
Juncker disse que se tratou de uma "discussão informal e amistosa, que não levou a nenhuma divisão no Eurogrupo sobre as decisões" que devem ser tomadas.
"É só uma questão de saber com antecedência como veem a situação os principais contribuintes" do fundo de resgate, explicou.
Por sua parte, o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, considerou que as persistentes "tensões nos mercados financeiros ressaltam a necessidade de encontrar uma resposta compreensiva para a crise da dívida".
Neste sentido, insistiu que "as forças de mercado não podem ter a menor dúvida sobre a capacidade da zona do euro para atuar inclusive no cenário mais turbulento".
Na semana passada, Rehn concordou com Barroso em solicitar uma ampliação do fundo de resgate à cúpula em fevereiro, depois de defender que é melhor "prevenir do que curar" e que é necessário que a zona do euro esteja preparada para qualquer eventualidade. EFE