Bruxelas, 14 jun (EFE).- Os ministros das Finanças da zona do euro voltarão a se reunir no domingo para avançar na elaboração de um segundo plano de resgate para a Grécia, diante da falta de acordo registrada na reunião extraordinária do Eurogrupo realizada nesta terça-feira em Bruxelas.
"Vamos continuar trabalhando sobre a Grécia em uma reunião do Eurogrupo em Luxemburgo no domingo", informou o ministro das Finanças belga, Didier Reynders, na saída do encontro.
O Eurogrupo já havia previsto abordar o plano de ajuda à Grécia em sua reunião mensal, prevista para a próxima segunda-feira, 20 de junho, em Luxemburgo, mas decidiu se reunir no dia anterior diante da falta de acordo registrada durante o encontro desta terça-feira.
Os ministros de Finanças da zona do euro haviam previsto avançar nesta terça-feira na elaboração de um segundo plano de ajuda à Grécia, além dos 110 bilhões de euros que foram concedidos em maio de 2010, e estudar como a participação dos credores privados no pacote será efetivada.
Ao término do encontro, Reynders argumentou que os ministros não tinham a intenção de tomar decisões finais nesta noite, e relatou que no encontro desta terça-feira discutiram o financiamento da Grécia a curto prazo, acrescentando que é preciso continuar abordando as necessidades a longo prazo.
"Tínhamos dito ao entrar (na reunião) que não haveria decisões esta noite. O objetivo é tentar tomá-las nas próximas reuniões, portanto nos vemos no domingo", declarou.
A integração do setor privado no resgate da Grécia é um dos pontos de maior controvérsia na zona do euro. De um lado está a Alemanha, partidária de que os investidores paguem parte da fatura. Do outro, o Banco Central Europeu, que teme as consequências que este extremo poderia provocar no conjunto da zona do euro.
O candidato a presidir a instituição financeira comunitária, Mario Draghi, alertou nesta terça-feira no Parlamento Europeu para os problemas que uma suposta quebra da Grécia acarretaria na região, deixando sem resolução o problema da elevada dívida pública do país e causando graves prejuízos aos bancos que possuem bônus gregos, o que obrigaria a recapitalizá-los.
A ministra da Economia espanhola, Elena Salgado, considerou antes de entrar na reunião que é necessário "escutar as preocupações" do Banco Central Europeu ao integrar a participação dos credores privados.
Em princípio, a contribuição dos bancos, fundos de pensões e seguradoras ao segundo resgate poderia chegar a 25 bilhões de euros, segundo Reynders revelou nesta terça-feira, explicando que o montante que corresponderia à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) chegará a 80 bilhões de euros.
Desta forma, o valor total do novo pacote de ajuda à Grécia pode atingir os 105 bilhões de euros, mas ainda não há nada decidido.
Elena Salgado explicou que "o mais importante é que a Grécia tenha dinheiro para pagar o que precisar nos meses de julho e agosto", algo que vai "conseguir com toda segurança".
"Neste momento, estamos discutindo a possibilidade de fazer o pagamento de julho, que são aproximadamente 12 bilhões de euros e o pagamento de agosto, que serão uns 6 bilhões", explicou a ministra.
Nesta sexta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, irá se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em uma reunião que será fundamental para abordar a resposta global à crise grega. EFE