Bruxelas, 25 abr (EFE).- Em seu relatório anual divulgado nesta quarta-feira, o Serviço Europeu de Polícia (Europol) advertiu sobre a atividade terrorista na União Europeia e o temor diante dos Jogos Olímpicos de Londres.
"As autoridades devem vigiar todas as atividades suspeitas em colaboração com as agências de inteligência. Temos o temor de que os próximos Jogos Olímpicos se transformem em alvos claros" para ação de extremistas, afirma no relatório o diretor da Europol, Rob Wainwright.
Europol aponta diretamente para grupos "relacionados ou inspirados pela Al Qaeda" como os terroristas que "seguem concentrando seus esforços em alvos de grande difusão para contar com o maior impacto possível, como os Jogos Olímpicos".
Wainwright adverte que perante desta eventual ameaça "a UE deve fazer todo o possível para prevenir qualquer ação terrorista".
Com relação aos ataques de 2011, a Europol desenha uma situação terrorista marcada por leve descenso da atividade e uma diversificação da forma de atuar, com aumento dos casos de terroristas que atuam sozinhos.
O ano passado foi marcado pela morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, uma baixa que, "não teve, no entanto, consequências para a atividade terrorista nos 27".
A organização terrorista, cada vez mais diversificada, tem recrutado jihadistas violentos para executar ataques de pequena escala.
Para a Europol, esta tendência se deve a que perante a dificuldade de planejar ataques em grande escala devido às políticas antiterroristas, a organização prefira fazer pequenos atentados, e mais numerosos.
Esses ataques feitos por indivíduos não são característicos só da Al Qaeda e de seus seguidores, mas de terroristas radicais, como o de extrema direita, aponta Europol.
Em termos gerais, a Europol assinala que os ataques terroristas "continuaram diminuindo", apesar de apontar que o extremismo violento "segue representando uma ameaça para os 27". Em 2011 persistiu a tendência de baixa iniciada já em 2009.
No ano passado houve 174 ataques, 484 indivíduos foram detidos e 316 condenados por terrorismo.
A maior parte desses atos extremistas ocorreu na França (85), Espanha (47) e Reino Unido (26).
Europol ressalta a nova tendência de terroristas atuarem sozinhos e exemplifica nesse sentido Anders Breivik, o radical que na Noruega matou 77 pessoas em julho.
No capítulo do financiamento, as conclusões assinalam que os terroristas usaram métodos de arrecadação lícitos e ilícitos, e destaca nesse último grupo os sequestros e pedidos de resgate.
Assim atuariam especialmente os grupos da Al Qaeda no Magrebe Islâmico, organização que no ano passado sequestrou na Argélia cidadãos italianos, franceses e espanhóis.
Com relação ao material explosivo usado, Europol diz estar "cada vez mais preocupado" pelos explosivos improvisados feitos a partir de materiais legais, armamento utilizado tanto Breivik quanto pela maioria dos "terroristas étnico-nacionalistas", segundo o relatório.
Sobre o atentado na Noruega, destaque igualmente ao auge do extremismo violento de extrema direita, como um tipo de terrorista que costuma ser executado por pessoas sozinhas e que, segundo a Europol, "não pode ser subvalorizado". EFE