Washington, 27 abr (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed,
banco central americano), Ben Bernanke, insistiu hoje na necessidade
de cortar o déficit federal dos Estados Unidos e disse que se isso
não acontecer, a economia do país sofrerá um "grave dano".
Bernanke voltou a pedir à Casa Branca e ao Congresso que
desenvolvam um plano para fazer frente ao déficit do país, que
alcançou um máximo de US$ 1,4 trilhão no ano passado.
O presidente do Fed disse que se não for planejada uma política
eficaz para reduzir o déficit, o Governo americano será forçado a
pagar taxas de juros mais altas para fazer frente aos pagamentos
correspondentes ao serviço de sua dívida.
"O caminho que temos pela frente inclui muitas concessões e
escolhas difíceis", afirmou Bernanke hoje, em seu discurso na
comissão criada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para fazer
frente ao déficit.
O presidente do Fed advertiu que adiar essas decisões e não fazer
com que as finanças do país alcancem um ritmo sustentável provocará
um "grave dano" à economia.
A Casa Branca quer que a comissão elabore um plano para reduzir o
déficit de modo que não supere os US$ 550 bilhões até 2015, uma
quantidade equivalente a 3% da economia americana.
Para isso, será preciso tomar medidas impopulares como aumentar
os impostos ou aplicar cortes em alguns dos programas públicos do
país.
Bernanke alertou que o fato de a economia ter retomado o
crescimento, e que, com isso, sejam esperadas maiores arrecadações
tributárias, não significa que a situação esteja resolvida.
"Nenhuma projeção crível sugere que as futuras taxas de
crescimento da economia americana serão suficientes para reduzir o
déficit sem mudanças significativas em nossa política fiscal",
acrescentou o presidente do Fed, que ressaltou que o déficit fiscal
está em um "caminho insustentável". EFE