Washington, 14 jul (EFE).- Assim como economistas do setor
privado, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) calcula
que o ritmo de crescimento econômico dos Estados Unidos diminuiu
durante o segundo trimestre, segundo as atas de sua reunião mais
recente divulgadas hoje.
O Comitê de Mercado Aberto do Fed, que dirige a política
monetária dos EUA, decidiu em seu encontro dos dias 22 e 23 de junho
que manteria as taxas de juros abaixo de 0,25%, uma política que
iniciou em dezembro de 2008.
No encontro, seus membros chegaram a avaliar a possibilidade de
adotar medidas adicionais para estimular a economia, mas decidiram
não fazê-lo por enquanto.
"O Comitê teria que considerar se são apropriadas mais políticas
de estímulo se as perspectivas (econômicas) pioram de forma
apreciável", dizem as atas.
O Fed calcula que o ritmo de recuperação econômica no segundo
trimestre seria provavelmente menor do que o estimado anteriormente.
"Vários dos membros (do Comitê) percebem que os riscos de uma
contração aumentaram", apontam os documentos do banco central
americano.
Apesar disso, "as mudanças nas perspectivas são consideradas como
relativamente modestos e não apontam um afrouxamento da política
monetária além do que já está em vigor".
Em seus cálculos anteriores, o Fed estimava que o Produto Interno
Bruto (PIB) dos EUA cresceria entre 3,2% e 3,7% neste ano. Agora, o
banco central calcula que o crescimento será de entre 3% e 3,5%.
A expectativa em relação ao desemprego sofreu uma leve mudança. A
projeção anterior era de um índice de desemprego de entre 9,1% e
9,5% neste ano e agora, a expectativa é de um índice entre 9,2% e
9,5%.
Os membros do Comitê de Mercado Aberto viram razões para manter
sua política monetária. Na projeção anterior, esperavam uma inflação
de entre 1,2% e 1,5% em todo o ano de 2010, e agora calculam que
estará entre 1% e 1,1%.
"Acho que a política monetária não deve se afrouxar mais", disse
hoje o presidente do banco do Fed de Kansas City, Thomas Hoenig, ao
canal a cabo "CNBC".
"O Fed não pode reagir a cada notícia, e os dados que indicam uma
diminuição no ritmo de recuperação devem ser encarados em
perspectiva", declarou Hoenig, que defendeu um aumento das taxas de
juros.
Os dados das duas últimas semanas também causaram ajustes nas
projeções de economistas do setor privado.
A companhia Macroeconomic Advisers, que na segunda-feira passada
anunciou que o PIB americano havia crescido 3,2% no segundo
trimestre, disse hoje que o avanço foi de 2,1% após os últimos dados
sobre comércio exterior, vendas e estoques.
O site Moody's Economy.com revisou para baixo sua projeção de
crescimento no segundo trimestre de 2,9% para 2%, assim como os
bancos de investimento JP Morgan (de 3,2% para 2,2%) e Barclays
Capital (de 3,5% para 3%). EFE.