Washington, 23 fev (EFE).- A América Latina se beneficiou da alta dos preços das matérias-primas para valorizar suas moedas e evitar riscos inflacionários, algo que não aconteceu na Ásia, especialmente no caso do iuane chinês, comentou nesta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) em uma nota após a reunião do G20.
O FMI reiterou sua opinião que está acontecendo uma recuperação "de duas velocidades" da economia internacional após a crise, em que os países em desenvolvimento como, China, Índia, Indonésia e Turquia estão liderando a expansão econômica.
"Graças a uma crescente demanda intrarregional, as economias desses países estão equilibrando a fraqueza das economias avançadas", afirma o relatório do organismo internacional.
O Fundo exaltou a "substancial valorização das moedas do Brasil e África do Sul e outras economias latino-americanas", enquanto advertiu que nem todos estão fazendo os deveres diante dos riscos de superaquecimento de suas economias, fruto, segundo a entidade, de uma aguda alta dos preços das matérias-primas e avalancha de fluxos de investimento.
Além da China, cuja moeda o fundo lembra que está "notavelmente desvalorizada", outras economias asiáticas estão limitando a valorização de suas moedas com os conseguintes riscos diante do temor de se verem expulsas do mercado pelos produtos chineses.
O FMI estima que tanto o iene japonês quanto o euro estão em linha com os fundamentos econômicos, enquanto o dólar deverá se submeter a uma maior depreciação para ajudar na redução do déficit da conta corrente dos Estados Unidos.
Com relação à economia americana, o Fundo reconhece um fortalecimento da recuperação no último trimestre, mas acredita que o alto nível de desemprego será mantido no futuro.
"As recentes medidas fiscais nos EUA gerarão um modesto impacto no crescimento, com um significativo custo fiscal", aponta o organismo.
Já na zona do euro se destaca o comportamento da economia alemã, que chamou de "robusto", com baixos níveis de desemprego, frente à recuperação "limitada e lenta" de outros países como França e Itália.
Além disso, o FMI destacou que "as medidas de austeridade aplicadas pelos Governos nacionais na periferia europeia estão dificultando o crescimento a curto prazo".
O panorama dos países periféricos europeus desenhado pelo Fundo aponta para um alto nível de desemprego e reúne os casos de Irlanda e Espanha, embora reconheça que os riscos inflacionários se mantêm controlados. EFE