Washington, 19 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) solicitou à Europa nesta terça-feira que dissipe urgentemente a "grande incerteza" que paira sobre o papel dos credores privados no resgate à Grécia.
"O debate sobre o alcance da participação do setor privado segue aberto e essa é uma grande incerteza que deve ser resolvida", afirmou em teleconferência Luc Everaert, responsável do FMI pelas políticas para a zona do euro.
Everaert, que falou sobre as conclusões do relatório anual sobre a zona do euro divulgado nesta terça-feira pelo Fundo, destacou que existem diferentes formas de abordar o problema, mas insistiu que o mais importante é acabar com a dúvida.
O relatório foi divulgado às vésperas da cúpula extraordinária de líderes da zona do euro na quinta-feira, quando será avaliada uma solução definitiva para a crise grega que evite o risco de contágio a países como Espanha e Itália.
No entanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, descartou que a reunião termine com um resultado "espetacular" que ponha fim a todos os problemas da economia da Grécia.
No meio dessas declarações, o FMI advertiu que "um recrudescimento da crise da dívida na zona do euro, principalmente se as tensões se estenderem aos países centrais, poderia ter grandes repercussões globais".
O alto funcionário do FMI ressaltou que as "declarações contraditórias" sobre como enfrentar o problema da dívida soberana na Grécia contribuíram muito para a incerteza.
Os ministros de Finanças da zona do euro insistiram este mês na necessidade de conseguir que a dívida grega alcance níveis "sustentáveis", mas não existe uma fórmula clara para atingir esse objetivo.
Já o Banco Central Europeu (BCE) alertou que qualquer iniciativa que as agências de qualificação de crédito tachem de "moratória seletiva" provocaria um colapso do sistema bancário grego em questão de dias. EFE