São Paulo, 17 jun (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou nesta sexta-feira para baixo a perspectiva de crescimento da economia brasileira, para 4,1% em 2011, quatro décimos a menos do que tinha previsto em abril, devido às políticas monetárias destinadas a reduzir a inflação e à moderação da atividade da indústria.
O organismo multilateral, que situou em 3,6% a previsão de crescimento do Brasil para 2012, cinco décimos abaixo das previsões lançadas em abril, atribuiu à queda às medidas de ajuste macroeconômico para conter a forte escalada dos preços.
Em entrevista coletiva em São Paulo, a subchefe de Assuntos Globais do FMI, Rupa Duttagupta, louvou as medidas de controle da inflação, que calculou que será de 6,5% este ano.
"Nós damos as boas-vindas às medidas dirigidas à inflação", disse Duttagupta, que acrescentou que o organismo "ainda vê riscos" em relação à alta dos preços.
A inflação brasileira nos cinco primeiros meses do ano foi de 3,71% e o acumulado em 12 meses foi de 6,55%.
A especialista o FMI também revisou para baixo o crescimento do país por causa da moderação da atividade industrial, que, após a crise internacional, experimentou "um forte crescimento".
Por sua vez, o economista-chefe e diretor do departamento de pesquisa do organismo multilateral, Olivier Blanchard, disse que o Brasil "foi responsável" em sua política fiscal, mas alertou para os riscos de superaquecimento de algumas economias emergentes.
O FMI apresentou nesta sexta-feira em São Paulo uma revisão de seu relatório "Perspectivas para a Economia Global", no qual ressaltou que o crescimento da América Latina e do Caribe permanece "robusto", mas advertiu sobre os riscos do superaquecimento econômico. EFE