Viena, 23 fev (EFE).- A companhia petrolífera austríaca OMV, a maior da Europa Central Oriental, não descarta interromper completamente sua produção na Líbia devido à revolta popular contra o regime de Muammar Kadafi.
"Trata-se de uma situação muito difícil (...) Não podemos dizer neste momento como está desenvolvendo a produção", disse nesta quarta-feira em Viena o presidente de OMV, Wolfgang Ruttenstorfer, durante uma entrevista coletiva.
Mesmo assim, afirmou que a produção de petróleo da companhia na Líbia, que em pleno rendimento representa 34 mil barris diários, está reduzindo-se rapidamente.
A produção "está caindo consideravelmente. Não se descarta que possa ocorrer uma parada brusca completa por período determinado de tempo", acrescentou.
Na Líbia, a OMV obtém 10% de sua produção total, embora o presidente da companhia petrolífera já tenha afirmado que um descenso do bombeamento no país norte-africano poderia ser compensado em outras explorações.
OMV liderava nesta quarta as baixas na Bolsa de Valores de Viena ao perder seus títulos 5,69% - para os 30,095 euros - às 13h20 (de Brasília).
Os 12 campos petrolíferos nos quais trabalha OMV na Líbia estão situados em zonas desérticas muito pouco povoadas, por isso que os distúrbios não afetaram o funcionamento normal dos complexos de extração, como informou nesta semana a empresa.
No entanto, o principal problema é fazer chegar o petróleo dos campos petrolíferos aos portos, enquanto a situação resulta imprevisível devido ao caos e a falta de governo em amplas as zonas do país.
Desta forma, Ruttenstorfer afirmou que "nesta situação, o melhor, por razões de segurança, é reduzir a produção".
A companhia repatriou nesta semana 11 dos 15 trabalhadores estrangeiros no país, onde antes das revoltas havia no total 53 pessoas.
Líbia é o nono produtor dos 12 membros da Opep, com volume de bombeamento de 1,57 milhão de barris diários, e exporta 79% de sua produção aos mercados europeus, conforme dados do setor. EFE