WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoia a busca da paz entre Israel e os palestinos, mesmo que ela não envolva uma solução de dois Estados, disse uma autoridade de primeiro escalão da Casa Branca na terça-feira.
Falando um dia antes de Trump receber o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na sede do governo, o funcionário disse que a paz é o objetivo final.
"Quer isso venha na forma de uma solução de dois Estados, se for isso que as partes quiserem, ou outra coisa", disse, acrescentando que Trump não irá tentar "ditar" uma solução.
A eventualidade de um presidente norte-americano não apoiar explicitamente esse desfecho reverteria uma política que já dura décadas, defendida tanto por governos republicanos quanto democratas. A solução de dois Estados tem sido o fundamento da posição dos EUA para resolver o duradouro conflito israelo-palestino e tem estado no cerne dos esforços de paz internacionais.
Qualquer sinal de um abrandamento no apoio de Washington a um futuro Estado palestino também poderia revoltar o mundo muçulmano, incluindo aliados árabes sunitas, que a gestão Trump necessita no combate ao Estado Islâmico e no apoio às iniciativas contra o xiita Irã.
Trump considera a paz no Oriente Médio "uma alta prioridade", disse a autoridade da Casa Branca. O presidente incumbiu seu genro, Jared Kushner, de negociar um acordo de paz.
"Gostaríamos de trabalhar nisso muito rapidamente", disse o funcionário.
O escolhido de Trump como embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, ainda a ser confirmado pelo Senado, não irá participar das discussões do líder norte-americano com Netanyahu nesta quarta-feira, informou o funcionário.
Friedman advoga a construção de assentamentos e questiona a solução de dois Estados.
No início deste mês, a Casa Branca disse que a construção de assentamentos israelenses ou a ampliação dos já existentes em terras ocupadas pode não ajudar a se obter a paz.
A declaração representou uma mudança de tom de Trump, que durante a campanha eleitoral sinalizou que poderia ser mais complacente com projetos de assentamentos do que seu antecessor, Barack Obama.
(Por Steve Holland)