Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O presidente de Israel disse a seu colega mexicano nesta terça-feira que lamenta o mal-entendido causado por um tuíte no qual seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pareceu elogiar os planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de construir um muro na fronteira com o México.
Em uma postagem publicada no sábado que atraiu uma réplica do México, Netanyahu escreveu: "O presidente Trump está certo. Eu construí um muro ao longo da fronteira sul de Israel. Ele deteve toda a imigração ilegal. Um grande sucesso. Uma grande ideia".
Anteriormente o líder de direita havia escanteado a exigência mexicana de um pedido de desculpa e ecoado explicações israelenses anteriores para seus comentários no Twitter, dizendo que estes não se referiam aos laços entre os EUA e seu vizinho do sul – o que o ministro das Relações Exteriores mexicano rejeitou na segunda-feira por considerar insuficientes.
"Sinto muito por qualquer dano causado por este mal-entendido, mas é importante notar que isso foi só um mal-entendido, e estou certo de que podemos deixar este assunto para trás", disse um comunicado do gabinete do presidente de Israel, Reuven Rivlin, ao mandatário mexicano, Enrique Peña Neto.
O cargo de Rivlin é essencialmente cerimonial, e o longo comunicado pareceu ficar aquém de uma desculpa propriamente dita que o México pediu.
"Acho que um pedido de desculpa... seria apropriado neste caso", disse o chanceler mexicano, Luis Videgaray, após o tuíte do premiê, embora ressaltando que o Estado judeu é um "amigo próximo" do México.
Em comentários públicos feitos na segunda-feira, Netanyahu disse que se referia ao elogio de Trump à barreira que Israel construiu na fronteira com o Egito, uma cerca com sensores eletrônicos que deteve a maior parte do influxo de imigrantes africanos.
"Eu de fato ressaltei o sucesso notável da cerca de segurança de Israel. Mas não comentei sobre as relações EUA-México. Temos tido, e continuaremos a ter, boas relações com o México", disse Netanyahu em inglês durante uma conferência de cibersegurança em Tel Aviv nesta terça-feira.