Paula Gil.
San Francisco, 19 jul (EFE).- Com 250 milhões de membros e um
crescimento que parece imparável, o Facebook, a principal das redes
sociais na internet, anunciou esta semana o número recorde de
usuários e muitos começaram a perguntar agora quando aproveitará o
sucesso para começar a cotar em bolsa.
Em cinco anos - o site foi fundado em 2004 por Mark Zuckerberg,
então estudante de Harvard -, o Facebook passou de uma modesta
página limitada a alunos da universidade ao destino favorito na
internet de milhões de pessoas no mundo todo.
E não se trata apenas de quantos visitam a página. Segundo
números da empresa de consultoria Nielsen, o usuário comum dedica ao
Facebook uma média de quatro horas e 40 minutos ao dia, um tempo que
não é alcançado nem de perto por outros grandes como Google e
Yahoo!.
Isso quer dizer que, enquanto alguns usuários simplesmente
atualizam seu perfil ou colocam fotos de vez em quando, outros estão
passando oito horas diárias, ou até mais, se comunicando ou
navegando entre as centenas de aplicações disponíveis.
O Facebook também cresce mais depressa que os demais. Precisou de
apenas quatro meses para passar de 150 para 200 milhões de usuários
e demorou só três para conseguir os 250 milhões, um número não
atingido nem pelo MySpace em seus melhores momentos.
"O que será maior no final do ano, a população do Facebook ou a
dos EUA?", questionava esta semana Rick Munarriz, analista do grupo
multimídia de serviços financeiros The Motley Fool.
Na realidade, o Facebook cresce no momento com mais velocidade
fora que dentro do mercado americano, onde o verdadeiro boom de
usuários aconteceu há dois anos.
O Facebook sugeriu até que uma de suas atuais prioridades é
ganhar usuários em países onde o acesso à internet pelo computador
não é tão difundido, mas onde todos os cidadãos têm telefone
celular.
"Enquanto celebramos nosso usuário 250 milhões, continuamos
desenvolvendo o Facebook para servir ao maior número de pessoas no
mundo todo e da forma mais eficiente possível", escreveu esta semana
Zuckerberg no blog da própria empresa.
"Isso significa chegar a todos e fazer produtos que sirvam a
todos vocês, independentemente de onde estejam, através do Facebook
Connect, dos novos produtos para celulares e de outras coisas que
estamos criando", explicou.
Porém, apesar do sucesso, muitos especialistas seguem se
perguntando até que ponto o Facebook é rentável e se a companhia
conseguirá em algum momento transformar em dinheiro sua popularidade
e enorme rede de usuários.
As finanças do Facebook são um dos segredos mais bem guardados do
Vale do Silício, na Califórnia.
Segundo algumas fontes ligadas à empresa, a rede social poderia
registrar este ano uma alta na receita de 70% e alcançar fluxo de
caixa positivo no próximo ano, mas o Facebook não confirma os
rumores.
A outra pergunta é quando Zuckerberg decidirá finalmente levar a
companhia a cotar em bolsa. Nos últimos meses, a rede social deu
sinais de que sua entrada no pregão estaria próxima.
Quando em março passado foi anunciada a saída de seu então
responsável de finanças, Gideon Yu, foi dito que se buscava alguém
com experiência em empresas que cotam em bolsa para substituí-lo.
Esta semana, os rumores de uma iminente oferta pública de ações
do Facebook cresceram com o anúncio de que a firma russa de
investimento Digital Sky Technologies comprará dos empregados da
rede ações no valor de até US$ 100 milhões.
A Digital Sky Technologies está disposta a pagar US$ 14,77 por
título, o que o Facebook avalia em US$ 6,5 bilhões e permite dar uma
ideia do que valerá a rede social em bolsa quando seus donos se
decidirem finalmente em colocá-la no mercado. EFE