BEIRUTE (Reuters) - Uma tempestade castigou o Oriente Médio com neve, chuva e ventos fortes nesta quarta-feira, mantendo as pessoas em casa e aumentando as preocupações com os refugiados sírios que enfrentam temperaturas congelantes em abrigos frágeis.
Nevasca e ventania no Vale de Bekaa, no Líbano, destruíram algumas barracas de refugiados. "Não há lenha e nem diesel", afirmou Ali Eshtawi, um refugiado de Homs que falou pelo telefone de um campo perto da fronteira síria, onde, segundo ele, a neve provocou a queda de três tendas, deixando 19 pessoas sem abrigo.
A neve obstruiu estradas no vale, onde estão mais de 400 mil refugiados sírios. Um pastor de 35 anos e um menino de 8 anos que estava com ele morreram durante a tempestade numa região montanhosa perto da Síria, disse a agência nacional de notícias libanesa.
A previsão é de que a tempestade dure mais alguns dias, o que pode criar ainda mais problemas no Líbano, Síria, Jordânia, Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Todos esses lugares foram afetados.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho fez uma apelo de emergência por apoio a pessoas deslocadas das suas casas no Iraque, e a Organização das Nações Unidas lançou um programa de assistência financeira para o inverno para ajudar 41 mil crianças refugiadas sírias nos campos na Jordânia.
O conselho norueguês para refugiados disse que a ajuda era insuficiente e afirmou que isso pode vir a ser fatal para os refugiados. A neve também atingiu o campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, que abriga mais de 70 mil sírios.
O transporte foi amplamente prejudicado. A polícia israelense fechou as principais rodovias para Jerusalém, enquanto o aeroporto de Beirute ficou fechado durante um período na terça à noite.
Damasco tinha um tapete de neve, assim como grandes áreas na Turquia.
A Turkish Airlines cancelou dezenas de voos entre cidades turcas e seus principais destinos internacionais. A companhia de baixo custo Pegasus também suspendeu alguns voos.
Em Ancara, a previsão para a noite era que a temperatura caísse para 17 graus negativos.
O consumo de gás natural na Turquia atingiu níveis recordes, uma vez que as pessoas tentavam aquecer as suas casas, obrigando usinas a gás a usar óleo para gerar eletricidade, segundo uma autoridade.
Vento e chuva chegaram à Faixa de Gaza, onde a infraestrutura e milhares de casas foram destruídas nos confrontos com Israel no ano passado.
"Até a natureza está irritada. Espero que Deus não esteja zangado conosco. Estou preocupado com o destino daqueles sem abrigo, que tiveram as casas destruídas por Israel", afirmou Abu Ahmed, morador da cidade de Gaza, ao sair para comprar combustível.
Gaza tem eletricidade durante seis horas por dia.
(Reportagem de Tom Perry, em Beirute; de Maayan Lubell, em Jerusalém; de Nidal al-Mughrabi, na Faixa de Gaza; de Noah Browning, em Ramallah; de Ceyda Caglayan, em Istambul; de Orhan Coskun, em Ancara; e de Marwan Makdesi, em Damasco) 2015-01-07T190258Z_1006940001_LYNXMPEB060XD_RTROPTP_1_MUNDO-AMBIENTE-ORMED-TEMPESTADES.JPG urn:newsml:onlinereport.com:20150107:nRTROPT20150107190258LYNXMPEB060XD Palestinos enfrentam nevasca em Ramallah OLBRTOPNEWS Reuters Brazil Online Report Top News 20150107T190258+0000 20150107T190258+0000