Brasília, 23 mar (EFE).- O governo pedirá ao Congresso Nacional autorização para um aumento do déficit fiscal para o orçamento de 2016 de até R$ 96,65 bilhões, que equivalem a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), anunciou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
Em fevereiro, o Ministério da Fazenda já tinha pedido ao Congresso uma autorização para um déficit primário de R$ 60,2 bilhões.
Essa medida, segundo Barbosa explicou aos jornalistas, é necessária devido às dificuldades para manter os níveis de arrecadação e por causa do enfraquecimento da economia, que este ano deve sofrer uma contração de 3,05% segundo as projeções oficiais, após a queda de 3,8% em 2015, a maior nos últimos 25 anos.
Além disso, o país vive um aumento do desemprego, registrou inflação de 10,67% em 2015, que superou a meta oficial de 6,5%, e um aumento da taxa básica de juros, a maior nos últimos nove anos, que está em 14,25%.
"Em um contexto em que se projeta que a economia terá o segundo ano de retração, é preciso mudar a meta fiscal para que o governo não empurre mais a economia para baixo e para que a economia se estabilize", disse Barbosa.
A meta fiscal aprovada pelo Congresso para o orçamento de 2016 é de um superávit de R$ 24 bilhões, mas que pode se transformar em um déficit fiscal se forem aprovadas as propostas enviadas ao Legislativo.