XANGAI (Reuters) - Quando Pequim ordenou que centenas de fábricas fechassem antes da primeira reunião do G20 a acontecer na China, na próxima semana, o governo queria embelezar a cidade anfitriã de Hangzhou e assegurar que os líderes globais possam se encontrar sob céu azul.
Mas ao fazer isso, os líderes chineses podem sem querer ter dado uma ajuda às combalidas usinas de aço do país, ajudando a recuperar a lucratividade do negócio após uma longa derrocada causada por preços baixos, puxados por um excesso global de produção e uma demanda em desaceleração.
Os preços do aço subiram 42 por cento desde o final de maio, com a mudança de sorte do setor surpreendendo em um momento em que a saúde da indústria global de aço deve ser um dos temas na agenda do G20, em meio a crescentes tensões sobre as exportações chinesas.
Algumas usinas chinesas estão operando com as melhores margens em ao menos três anos, após uma alta na demanda e esforços para conter o excesso de oferta e a poluição ambiental, além dos cortes temporários de produção para eventos como o G20 impulsionando os ganhos e os preços.
"Muitas pequenas usinas em cidades vizinhas a Hangzhou receberam ordens para suspender a produção para o encontro global", disse o analista da Yong'an Futures, Wu Wei.
Uma pesquisa com 32 siderúrgicas que produzem aço para construção na região, da consultoria industrial Mysteel, mostrou que quase metade delas pararam ou reduziram a produção desde julho, cortando a oferta em cerca de 1 milhão de toneladas como parte da preparação para o G20 e por questões ambientais.
(Por Ruby Lian em Xangai e Gavin Maguire em Cingapura; reportagem adicional de Ben Blanchard em Pequim)