SÃO PAULO (Reuters) - O dólar alternava entre leves altas e baixas sobre o real nesta quinta-feira, com investidores adotando cautela após o Congresso adiar a votação dos vetos presidenciais, que têm impacto sobre as contas públicas.
A presença do Banco Central, que sinalizou na véspera que deve rolar integralmente os swaps cambiais que vencem em novembro, e as ações do governo para apaziguar as tensões com a base aliada no Congresso ajudavam a limitar as oscilações.
Às 10:43, o dólar avançava 0,06 por cento, a 3,9679 reais na venda. Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,9869 reais e, na mínima, foi a 3,9378 reais.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou mais de 2 por cento, reagindo à perspectivas de reforma ministerial, mas ainda marcou em setembro a terceira alta mensal consecutiva.
"O clima político segue ruim, apesar da reforma de Dilma", escreveram analistas da Guide Investimentos em nota a clientes, referindo-se à expectativa de que o atual ministro da Defesa, Jacques Wagner, assuma a casa Civil no lugar de Aloizio Mercadante, com esperanças de suavizar a relação com o Congresso, segundo fontes do governo.
Após horas de negociação sem que deputados e senadores chegassem a um acordo, a sessão do Congresso para análise de vetos presidenciais foi adiada para a próxima terça-feira.
Os atritos entre o Legislativo e o Executivo têm deixado o mercado nervoso, principalmente em meio aos esforços da oposição pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em outra frente da oposição contra Dilma, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) volta a analisar nesta quinta-feira uma ação que pede a cassação do mandato da presidente, já com maioria favorável à continuidade da ação.
O BC reagiu às turbulências recentes reforçando sua intervenção no câmbio com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e de novos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.
Nesta sessão, fará apenas o primeiro leilão de swaps para rolagem, com oferta de até 10,275 mil contratos. Se mantiver a oferta de até 10,275 mil contratos, vender sempre o lote integral e fizer leilões até o penúltimo pregão do mês, o BC rolará integralmente o lote do mês que vem, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.
"O mercado está andando de lado. Sabe que o BC está de olho, mas o cenário está complicado o suficiente para justificar o dólar perto de 4 reais", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.
(Por Bruno Federowski)