Seul, 11 nov (EFE).- A presidente do Chile, Michelle Bachelet, se
reuniu hoje em Seul com o líder sul-coreano, Lee Myung-bak, em uma
visita de marcado caráter econômico na qual ambos acordaram dar um
novo impulso às relações comerciais entre os dois países.
Bachelet, em sua primeira visita à Coreia do Sul desde que
assumiu a Presidência, em 2006, discutiu com Lee sobre a necessidade
de "aprofundar e desenvolver" o Tratado de Livre-Comércio (TLC)
assinado há cinco anos entre os Governos dos dois países, para
adequá-lo à situação econômica atual.
O tratado, que entrou em vigor em abril de 2004, foi o primeiro
TLC da Coreia do Sul com outro país e permitiu que os intercâmbios
com o Chile passassem de US$ 1,8 bilhão em 2003 para US$ 7,2 bilhões
no ano passado.
Bachelet definiu como "espetacular" o aumento comercial depois do
TLC e ressaltou que o acordo "gerou um profundo lucro para ambas as
partes", apesar das preocupações iniciais no país asiático,
sobretudo no setor de agricultura.
"O TLC é um desafio, mas abre outras possibilidades", acrescentou
a governante, que, após seu encontro com Lee e com outros
representantes sul-coreanos, encerrou um fórum de alto nível entre
Coreia do Sul, América Latina e Caribe.
Na conferência, Bachelet defendeu o processo de integração
econômica como instrumento para sair da crise e defendeu a
necessidade de se estabelecer uma ordem contra a vulnerabilidade da
globalização.
"A ausência da regra é catastrófica", disse.
A presidente também pediu que essa integração não só seja
comercial, mas abranja temas como mudança climática e pobreza.
Bachelet ressaltou, além disso, o "vertiginoso desenvolvimento
sul-coreano" e lembrou que o país se tornou emergente após superar a
pobreza e a guerra, e considerou o caso da Coreia do Sul um modelo a
ser seguido por outros países asiáticos e latino-americanos.
A presidente chilena manifestou ainda seu claro apoio à política
de Seul sobre a desnuclearização do regime comunista da Coreia do
Norte e em favor de um processo definitivo de paz na península
coreana. EFE