Bruxelas, 12 mar (EFE).- Os ministros de Finanças da zona do euro deram nesta segunda-feira sua aprovação política ao segundo resgate para a Grécia, uma injeção de fôlego ao país.
"Decidimos politicamente e como princípio que o programa seja adotado", assinalou em entrevista coletiva após a reunião o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, também primeiro-ministro de Luxemburgo.
Em entrevista coletiva, ele explicou que o segundo resgate será oficialmente formalizado na reunião de quarta-feira pela manhã dos ministros-adjuntos de Finanças para avaliar se todos os procedimentos nacionais necessários foram adotados.
Após a bem-sucedida operação da troca de bônus, a "troika" - a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu - calcula que a Grécia inclusive poderá reduzir sua dívida dos atuais 160% para 117% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, abaixo do percentual de 120,5% previsto inicialmente pelos parceiros internacionais.
No entanto, o Eurogrupo advertiu à Grécia que a margem que fica "não deve ser gasta" pelas autoridades, "mas reservada para qualquer imprevisto.
A entidade ressaltou que Atenas não pagará compensação direta ou indireta a nenhuma parte envolvida na troca de bônus e que apresentará nas próximas semanas ao Parlamento o projeto de lei necessário para dar prioridade ao pagamento da dívida.
"Isto é uma segunda oportunidade para a Grécia, oportunidade que não pode ser desperdiçada", insistiu Juncker, quem reiterou que "aconteça o que acontecer, o país será um membro da eurozona".
O Eurogrupo espera que o conselho executivo do FMI aprove na quinta-feira uma contribuição de 28 bilhões de euros ao segundo resgate, embora seja menos do que um terço do que normalmente fornece aos programas de assistência financeira.
Por sua vez, o vice-presidente da Comissão Europeia e comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, afirmou que o sucesso do novo resgate "dependerá essencialmente da implementação inquebrantável (dos ajustes e as reformas) e da unidade política" nesta crise.
O novo alento que a eurozona deu à Grécia com a aprovação do segundo resgate não foi o único. O Eurogrupo permitiu também à Espanha modificar sua meta de déficit para este ano para 5,3%, acima dos 4,4% inicialmente estipulados com Bruxelas, embora não tanto quanto Madri gostaria.
"O número anunciada anteriormente (pela Espanha), 5,8%, morreu", sustentou Juncker na entrevista coletiva.
O vice-presidente da Comissão Europeia e comissário de Assuntos Econômicos e Monetários europeu, Olli Rehn, explicou que, devido ao fato do desvio do ano passado ter sido de 2,5 pontos acima do previsto pelo anterior Governo socialista e as previsões de crescimento terem piorado, a Comissão Europeia é sensível a necessidade de combinar restauração de confiança com o retorno ao crescimento. Esse organismo prevê contratação de 1% contra 1,7% previsto por Madri.
O comissário ressaltou que se Bruxelas aceitar este relaxamento é porque a Espanha reafirmou seu compromisso com 3% para 2013 e se comprometeu a adotar as medidas para garantir o caminho de consolidação crível no orçamento 2012.
O ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, deixou o encontro sem falar à imprensa. No início da reunião, Juncker encenou as tensões vividas na UE com a simulação do estrangulamento de Guindos, uma imagem captada pelos fotógrafos. EFE