Argel, 12 fev (EFE).- Milhares de policiais e centenas de furgões e tanques se desdobraram neste sábado por Argel diante da manifestação convocada na capital da Argélia por vários partidos de oposição e organizações da sociedade civil para reivindicar mudanças no regime argelino, segundo constatou a Agência Efe.
A capital do país amanheceu tomada por milhares de policiais, com centenas de furgões e veículos antidistúrbios estacionados em todos os lugares estratégicos do centro da capital e nos principais pontos do percurso da programado para a manifestação.
Caminhões equipados com canhões de água, tanques e agentes com metralhadoras nas mãos estão destacados em torno dos edifícios e sedes oficiais do centro de Argel, enquanto centenas de veículos policiais patrulham incessantemente as ruas da cidade, praticamente desertas.
Além disso, vários helicópteros da Polícia sobrevoam o centro da cidade desde a manhã deste sábado.
Cerca de 30 mil policiais foram mobilizados, muitos deles transferidos desde outras regiões do país em ônibus civis para controlar a situação em Argel.
Alguns veículos da imprensa argelina asseguram que as forças policiais foram proibidas de utilizar fogo real durante o protesto, embora tenham recebido instruções de evitar qualquer distúrbio.
Além do dispositivo policial, foram reforçados os efetivos de soldados encarregados de controlar as principais vias de acesso à capital, onde, segundo a imprensa, os esquemas de controle já impedem o acesso de determinadas pessoas e veículos à cidade.
Em 22 de janeiro foi organizada outra manifestação em Argel pelo partido opositor Reagrupamento Constitucional Democrático (RCD), cujo desenvolvimento foi impedido pela Polícia.
Na ocasião, seus dirigentes denunciaram que fora impedido o acesso à capital de centenas de manifestantes procedentes da Cabília e de outras regiões.
A manifestação deste sábado, à qual se uniram várias organizações da sociedade civil como a Liga Argelina de Defesa dos Direitos Humanos (LADDH), originou uma grande expectativa no país, especialmente após a renúncia ontem do presidente egípcio Hosni Mubarak.
A manifestação está prevista para começar às 11h do horário local (8h de Brasília) desde a praça de Primeiro de Maio, no centro da capital, até a praça dos Mártires, em um percurso de cerca de dois quilômetros pela baía da cidade. EFE