Castel Gandolfo (Itália), 9 abr (EFE).- O papa Bento XVI exaltou nesta segunda-feira o papel "fundamental" das mulheres na vida das comunidades cristãs em todas as épocas, assim como o "grande espaço" que elas ocupam nos Evangelhos da morte e ressurreição de Cristo.
Diante de 2 mil pessoas, no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo - região situada a 30 quilômetros de Roma -, o Pontífice dirigiu a oração do Regina Coeli, reza que substitui o Angelus em época de Páscoa.
"Em todos os Evangelhos as mulheres tiveram um grande espaço na narração da morte e da ressurreição de Cristo. Naquele tempo, em Israel, o testemunho das mulheres não tinha um valor oficial e jurídico, mas as mulheres viveram uma relação especial com o Senhor, o que é fundamental para a vida concreta da comunidade cristã", afirmou o papa.
O Pontífice ainda acrescentou que esse papel "fundamental" pode ser observado em todas as épocas, não só no começo do caminho da Igreja.
Na última Quinta-Feira Santa, durante a missa crismal, o papa relatou a "desobediência organizada" de um grupo de sacerdotes europeus para renovar a Igreja, os mesmos que exigem reformas como permitir o sacerdócio de homens casados e o feminino.
Apesar de ter exaltado o papel das mulheres na igreja, o Pontífice, de quase 85 anos, assinalou que esses padres pretendem desobedecer algumas questões fundamentais, como a aprovação da ordenação das mulheres, fechando mais uma vez as portas ao sacerdócio feminino.
Bento XVI disse que o dia de hoje, segunda-feira de Páscoa, é um dia de festa em muitos países, incluindo a Itália. Porém, o papa fez questão de exaltar o motivo do feriado religioso. "Desejo que os cristãos tenham sempre na mente e no coração o motivo desta celebração: a Ressurreição de Jesus, o mistério decisivo de nossa fé", afirmou.
No domingo, antes de seguir para Castel Gandolfo, o papa realizou a Missa da Ressurreição no Vaticano para dirigir ao mundo sua tradicional Mensagem Pascual e pronunciar em 65 idiomas a bênção "Urbi et orbi" (à cidade de Roma e a todo o mundo).
Em sua mensagem, além de exaltar o papel da mulher, o papa fez uma chamada para que cessem o derramamento de sangue na Síria e que se empreenda "a via do respeito, do diálogo e da reconciliação", pedindo ajuda aos refugiados que fogem da violência nesse país.
Bento XVI também abordou a questão da liberdade religiosa na Nigéria, "cenário de sangrentos atentados terroristas nos últimos tempos e onde os cristãos são discriminados e perseguidos por causa de sua fé". EFE