Paris, 1 ago (EFE).- O Governo francês está decidido a iniciar
uma "guerra nacional" contra a insegurança, segundo expressão do
ministro do Interior, Brice Hortefeux, em seguimento às propostas
feitas pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy.
"Estamos ao lado das vítimas e só temos um inimigo: os brigões
que atrapalham a vida das pessoas honestas", afirma Hortefeux em
entrevista publicada neste domingo pelo "Journal du Dimanche".
"Não só temos que ser reativos, mas sobretudo temos que ser
ofensivos", justifica o ministro do Interior, que anuncia um tom
mais duro e detalhes da "repressão" que antecipou Sarkozy em
polêmico discurso pronunciado na sexta-feira em Grenoble (sudeste do
país).
O presidente anunciou na ocasião que será retirada a
nacionalidade de criminosos franceses de origem estrangeira que
tenham atentado contra autoridades públicas.
O chefe do Estado mencionou que, no âmbito de aplicação, estaria
"toda pessoa de origem estrangeira que voluntariamente tenha
atentado contra um funcionário de Polícia, um militar da gendarmaria
ou qualquer outra pessoa com autoridade pública".
Hortefeux detalha que as medidas anunciadas por Sarkozy estarão
dentro de um projeto de lei sobre segurança interior que será
apresentado pelo próprio ministro ao Senado em 7 de setembro e outro
projeto imigratório que será defendido por Eric Besson (ministro de
Imigração), também em setembro, na Assembleia Nacional.
O discurso do presidente provocou a polêmica na França, onde logo
após foi ouvida a rejeição da oposição de esquerda, que alerta que
são medidas que atacam inclusive os fundamentos da República
francesa.
As medidas foram anunciadas após os recentes enfrentamentos na
própria Grenoble entre habitantes de um subúrbio de população
majoritariamente de origem imigrante e a Polícia, após a morte de um
assaltante.
A resposta também foi motivada pelos protestos de membros da
etnia cigana em uma pequena localidade do centro do país, que
fizeram com que dias mais tarde Sarkozy anunciasse que a metade de
seus acampamentos ilegais serão desmantelados em três meses, e que
os ciganos que tenham cometido algum delito serão expulsos a seus
países de origem. EFE