Berlim, 26 nov (EFE).- França e Alemanha preparam um novo pacto de estabilidade econômica na Europa no formato de "acordo entre países" para o início de 2012, modalidade potencialmente mais eficiente que a tradicional aprovação por unanimidade no âmbito da União Europeia (UE), informa neste sábado uma reportagem do jornal alemão "Bild".
Citando fontes do meio diplomático, o jornal explica que esta nova manobra do eixo franco-alemão tem dupla vantagem: é mais rápida que um acordo que exija a ratificação de todos os 27 Estados-membros da UE para entrar em vigor e exerce maior pressão sobre os países reticentes.
A reportagem argumenta que o plano reduz a capacidade de oposição dos Estados-membros céticos. Em caso de emergência, essa modalidade de acordo poderia inclusive contornar uma eventual oposição da Comissão Europeia (órgão executivo da UE).
O Acordo de Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os países signatários, é um exemplo de acordo entre nações europeias desvinculado dos tratados da UE, os quais necessitam ser ratificados por todos os 27 países do bloco para entrar em vigor.
De acordo com o "Bild", a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, mantêm negociações secretas e devem apresentar este novo pacto de estabilidade do euro ao restante dos membros da UE na próxima cúpula de líderes do bloco, prevista para 9 de dezembro.
Em seguida, ambos pediriam aos países da UE - e especialmente aos 17 membros da zona do euro - que assinem este acordo o mais rápido possível, com o objetivo de efetivá-lo até o início do ano que vem, preferivelmente até fevereiro.
O acordo, sempre segundo o "Bild", acalmaria o nervosismo dos mercados financeiros, nos quais os países da UE pagam juros cada vez mais altos para leiloar títulos da dívida soberana, até níveis dificilmente sustentáveis a médio prazo, como no caso da Itália e da Espanha.
A proposta de Berlim e Paris provocaria protestos de alguns governos da UE. A mais provável queixa seria de Londres, que "não pertence à zona do euro", mas "não quer ser deixada de lado", complementa a reportagem do jornal alemão. EFE