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Fusão da Iberia com a BA recebe autorização da Comissão Europeia

Publicado 14.07.2010, 11:45

Bruxelas, 14 jul (EFE).- As companhias aéreas Iberia e British Airways (BA) receberam hoje a autorização da Comissão Europeia para sua fusão, o último passo que estava pendente depois do sinal verde dado por autoridades nos Estados Unidos em junho.

O Executivo comunitário não considerou necessário impor condições à operação - apesar de as atividades das duas companhias estarem abaladas em alguns âmbitos -, por considerar que elas precisam se manter fortemente concorrentes no setor.

As companhias aéreas, membros da aliança Oneworld, formarão a que será a terceira maior companhia da Europa, atrás da Lufthansa e da Air France-KLM, e uma das cinco mais importantes do mundo.

A Bolsa de Valores de Londres já reagiu à notícia, com uma alta de 0,48% nas ações da BA, para 208 pence.

As duas companhias comemoraram a autorização da Comissão Europeia e anteciparam que a operação poderia ser materializada antes do final do ano.

O acordo com a BA representa "um elemento vital no processo de consolidação do setor aéreo, no qual a Iberia está desempenhando um papel protagonista", disse o presidente da companhia espanhola, Antonio Vázquez, que assegurou que "os passageiros se beneficiarão, já que disporão de mais opções de viagem".

O executivo-chefe da BA, Willie Walsh, por sua parte, considerou a autorização do Executivo europeu um passo importante que permitirá uma excelente "compenetração geográfica" entre as redes para América do Norte, Ásia e África da companhia aérea britânica e as para África e América Latina da espanhola.

Segundo o acordo entre as duas empresas, fechado em abril, elas manterão sua marca e respeitarão suas operações domésticas, mas juntas terão uma frota de mais de 420 aviões e abrangerão destinos em mais de cem países.

A Iberia e a BA esperam economizar cerca de 400 milhões de euros anuais a partir do quinto ano de funcionamento da nova companhia aérea.

A fusão foi notificada à Comissão Europeia no dia 10 de junho, cerca de dois anos depois de as duas companhias aéreas revelarem pela primeira vez suas intenções de fundir-se.

Em paralelo, o Executivo da União Europeia (UE) autorizou sob estritas condições uma aliança entre a Iberia, a BA e a American Airlines (AA), o que permitirá a exploração conjunta de rotas no Atlântico Norte.

A Comissão Europeia tinha manifestado seu medo de que alguns aspectos desta operação pudessem representar uma violação das normas antimonopólio da UE e prejudicar os consumidores nas rotas transatlânticas.

As companhias aéreas sugeriram soluções para evitar possíveis problemas de concorrência, como ceder slots de aterrissagem e decolagem no aeroporto de Heathrow ou de Gatwick, ambos em Londres, para as rotas com destino a Boston, Nova York, Dallas e Miami.

Além disso, ofereceram à concorrência slots no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, assim como facilitar o acesso a seus programas de fidelidade em certas rotas, o que permitirá aos passageiros dos novos operadores acumularem e trocarem pontos.

Permitirão, por outro lado, a combinação de tarifas e a fixação de acordos especiais para as rotas afetadas a fim de que seus concorrentes possam vender bilhetes para voos das partes e facilitar o acesso às conexões.

Por último, se comprometem a informar à Comissão Europeia regularmente sobre sua cooperação para continuar avaliando o impacto da aliança nos mercados.

As propostas das companhias terão a partir de agora caráter vinculativo para os próximos dez anos.

O vice-presidente da Comissão Europeia e titular de Concorrência, Joaquín Almunia, assegurou que as precauções permitem realizar a operação sem prejudicar aos 2,5 milhões de passageiros que anualmente utilizam as rotas afetadas, que poderão continuar se beneficiando de preços competitivos e da frequência dos voos.

Bruxelas está estudando atualmente projetos similares entre os parceiros do Star Alliance (Lufthansa, Continental, United e Air Canadá), assim como entre os membros do Sky Team (Air France-KLM e Delta-Northwest). EFE

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