Berlim, 7 jun (EFE).- O Governo alemão continuou hoje com as
deliberações sobre o maior pacote de ajuste da história do
pós-guerra no país, que terá como meta economizar cerca de 10
bilhões de euros anuais entre 2011 e 2016.
Entre os partidos do Governo há divergências sobre se as altas
fiscais devem ser parte do pacote de ajuste, cujos detalhes
espera-se que sejam divulgados ao longo do dia.
O Partido Liberal (FDP), parceiro minoritário da coalizão de
Governo, é contrário a fazer o ajuste através de aumentos de
impostos e considera que a fórmula adequada é fazer cortes nos
orçamentos de todas as pastas, especialmente na de Trabalho e
Assuntos Sociais, e na redução de subvenções.
No entanto, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble expressou
suas dúvidas sobre se só através da economia se possa conseguir o
objetivo de chegar a ter um orçamento equilibrado no mais tardar em
2020.
Merkel também não descarta altas de impostos, embora tenha dito
que a atenção deve ser posta no controle da despesa e não no aumento
da receita fiscal.
No final espera-se que o FDP ceda e aceite uma mistura de cortes
orçamentários e altas de impostos pontuais.
O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) está na mira de muitos e uma
proposta concreta é a de eliminar sua taxa reduzida para alguns
produtos - que pagam uma tarifa privilegiada de 7% - e aplicar
sempre uma taxa de 19%.
Essa medida, segundo o economista Wolfgang Franz traria ao fisco
20 bilhões de euros.
No entanto, tudo indica que a parte principal do pacote afetará
antes de tudo a despesa social e as ajudas aos desempregados de
longa duração.
As organizações empresariais são partidárias de evitar na medida
do possível as altas de impostos e algumas delas insistem no corte
da despesa social.
O presidente da Confederação de Sindicatos Alemães (DGB), Michael
Sommer, por sua vez, anunciou resistência contra os planos de
economia e contra cortes sociais.
"A intenção é clara: se quer passar a fatura para os mais pobres
para proteger os ricos. Isso é algo que não podemos aceitar",
declarou hoje Sommer ao canal "ARD".
O Partido Social-Democrata (SPD), o principal na oposição,
advertiu que os cortes sociais podem colocar em perigo a paz social.
EFE