Washington, 29 abr (EFE).- A empresa British Petroleum (BP)
aceitou hoje uma oferta de apoio militar do Governo dos Estados
Unidos para controlar o vazamento de petróleo no Golfo do México,
que lança diariamente o equivalente a cinco mil barris no mar.
Dough Suttles, chefe de operações da BP, disse que a empresa
britânica aceitaria qualquer ajuda para controlar o vazamento que
começou no dia 20 de abril, quando uma explosão e um incêndio
destruíram uma plataforma de prospecção.
Na plataforma, da empresa Transocean, havia 126 pessoas
trabalhando. Depois do acidente 11 trabalhadores ficaram
desaparecidos.
Em sua apresentação no programa "Today", da rede de televisão
"NBC", Suttles não especificou que tipo de ajuda as Forças Armadas
poderiam prestar.
A contra-almirante da Guarda Litorânea, Mary Landry, disse que a
secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, tinha informado
da situação ao presidente dos Estados Unidos do Barack Obama, e que
o Departamento de Defesa poderia fornecer equipamento e pessoal para
conter a mancha de petróleo que ameaça o ecossistema no litoral da
Louisiana e Mississipi.
Por sua vez, a Direção Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA na
sigla em inglês), calculou que vazam cinco mil barris (795 mil
litros) diários de petróleo, isto é quase cinco vezes mais que o
calculado anteriormente.
Além disso, o jornal "The Times-Picayune", de Nova Orleans,
informou hoje que os funcionários da BP descobriram um novo
vazamento de petróleo nos encanamentos retorcidos que se romperam
quando a plataforma Deepwater Horizon afundou no Golfo do México.
Os ventos mudaram de direção para o sudeste ontem e os técnicos
calculam que as bordas exteriores da mancha de petróleo cru poderia
chegar ao litoral da Louisiana amanhã pela tarde.
As previsões meteorológicos indicam ventos continuados do sudeste
durante o fim de semana e marés altas. Tudo contribuiria para que o
vazamento de petróleo se aproximasse em poucos dias do delta do Rio
Mississipi, um habitat muito variado e frágil.
Ontem as autoridades fizeram os primeiros incêndios controlados
de petróleo perto do lugar onde estava a plataforma, em uma
tentativa por reduzir o volume de óleo que possa chegar a costa dos
EUA.
O "The Wall Street Journal" informou hoje que o poço de
prospecção que agora derrama cru no Golfo do México carecia do
sistema de obturação por controle remoto requerem por outros
importantes países petroleiros, como o Brasil e a Noruega.
Segundo o jornal, a plataforma não contava com um chamado
comutador acústico com o qual a tripulação possa ativar uma válvula
submarina que fecharia o poço. EFE