Lisboa, 2 jun (EFE).- O ministro de Obras Públicas, Transportes e
Comunicações português, Antonio Mendonça, declarou hoje que seu
Governo se posicionará sobre a oferta da Telefónica a Portugal
Telecom (PT) pela operadora brasileira Vivo "quando for oportuno".
O Executivo português conta com uma "golden share" (ação de ouro)
na companhia, cujo uso pode servir para frear possíveis ofertas
públicas de aquisição.
Mendonça opinou que a proposta da Telefónica pela Vivo se deve
"ao bom trabalho" feito pela Portugal Telecom com a operadora
brasileira, à qual as duas companhias controlam 50%.
A Portugal Telecom confirmou ontem à noite a recepção de uma
proposta de 6,5 bilhões de euros - 800 milhões de euros a mais que a
oferta oficial da empresa espanhola - para vender sua participação
na Vivo à Telefónica e anunciou a convocação de uma assembleia geral
para tomar uma decisão.
"O interesse da Telefónica é a mostra do bom trabalho da PT com a
Vivo e dos esforços de internacionalização da empresa", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de que o Governo português
utilize sua "golden share" na PT, Mendonça respondeu que o Executivo
"segue com atenção o que está ocorrendo, mas por enquanto deixa a
discussão de uma solução com a administração e aos acionistas".
A administração da Portugal Telecom ressaltou ontem, em
comunicado, que a proposta da companhia espanhola "não reflete o
valor estratégico deste ativo" e disse que solicitará a convocação
de uma junta extraordinária de acionistas para que eles possam se
pronunciar sobre a oferta.
A PT tem entre seus maiores acionistas, fora a Telefónica, o
grupo financeiro português Espírito Santo (7,99%), Brandes
Investment Partners (7,89%), o banco público português Caixa Geral
de Depósitos (7,30%) e o conglomerado português Ongoing (6,74). EFE