Atenas, 25 jun (EFE).- O porta-voz oficial do Governo grego,
Yorgos Petalotis, desmentiu que o Estado queira vender algumas de
suas 6 mil ilhas para poder pagar sua enorme dívida, como informava
hoje a imprensa britânica.
"Trata-se de uma completa falta de exatidão, fora da realidade e
inclusive um insulto", disse Petalotis em carta enviada ao jornal
"The Guardian", que publicou um artigo sobre o assunto.
O artigo afirma que a Grécia vende suas terras devido "à
incapacidade do Estado para desenvolver a infraestrutura básica ou
vigiar a maioria de suas ilhas".
O porta-voz destacou que "a compra e venda de ilhas gregas
privadas não é nada novo e nem é uma notícia, tanto na Grécia como
em qualquer outro lugar", após confirmar que a de Nafsika, no
Jônico, está à venda há muito tempo.
Nafsika é uma ilha de propriedade privada e, segundo a imprensa
grega, seu preço é de 15 milhões de euros.
Petalotis também desmentiu o fato de seu Governo negociar com
empresários chineses e russos a venda de terra na ilha grega de
Rodas.
A Grécia conta com mais de 6 mil ilhas e ilhotas, mas apenas 227
estão habitadas.
O "The Guardian" também se referiu à venda de terras na ilha de
Mykonos, cuja terceira parte da área supostamente à venda "pertence
ao Estado grego".
Esta venda foi rejeitada pelo Conselho Municipal da Prefeitura de
Mykonos, que se referiu à eventual operação como uma "grande
mentira".
O primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreu, declarou hoje
perante o Parlamento que já respondeu negativamente sobre a venda de
terrenos nacionais durante sua visita à chanceler alemã, Angela
Merkel.
Em março, durante sua visita a Berlim, quando buscava apoio
europeu para sanear dívidas, Papandreu disse que "as ilhas são
livres e estão sob soberania estatal".
Acrescentou então que, embora a Grécia vendesse suas ilhas,
"seria um ganho provisório" e que haveria métodos mais eficazes para
cancelar a dívida soberana. EFE