Jerusalém, 17 jan (EFE).- Um grupo de hackers israelenses bloqueou nesta terça-feira os sites das bolsas de valores da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos em resposta a um ataque similar que várias instituições e empresas de Israel sofreram na segunda-feira, segundo o site do jornal "Haaretz".
O grupo anunciou na internet que o ataque aconteceu em resposta à "patética" invasão de sites israelenses e advertiram que se continuarem os ataques contra Israel, passarão "à fase seguinte bloqueando sites por um período de entre duas semanas e um mês".
Na manhã desta terça, outro hacker israelense publicou na internet uma lista com 30 mil senhas de e-mails e perfis do Facebook de cidadãos árabes.
Este hacker disse em mensagem na internet que sua ação era "um contra-ataque" à publicação dos detalhes de cartões de crédito israelenses na internet por parte de um hacker saudita.
Além disso, garantiu possuir 30 milhões de senhas de e-mails e destacou que se o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarar uma guerra cibernética, está preparado para publicar os detalhes de 10 milhões de contas bancárias e quatro milhões de cartões de crédito árabes.
As páginas oficiais da Bolsa de Tel Aviv, da companhia aérea israelense El Al e do banco Leumi deixaram de funcionar na segunda-feira em um novo ataque de piratas informáticos a sites israelenses, que ocorrem quase que diariamente desde o início do ano.
Estes novos ataques aconteceram um dia depois de o movimento islamita Hamas ter convocado hackers palestinos e árabes a "empreender uma guerra eletrônica contra a ocupação israelense".
O porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, declarou no domingo passado que os atos de pirataria "representam a abertura de um novo campo de resistência à ocupação e são o princípio de uma guerra eletrônica".
Israel reforçou nos últimos meses as unidades do Exército destinadas a prevenir a pirataria informática. Em dezembro, as Forças de Defesa de Israel recrutaram cerca de 300 jovens para aumentar a segurança na rede e enfrentar o que consideram uma ameaça crescente.
No início de janeiro, um grupo de hackers da Arábia Saudita assumiu a responsabilidade pelo roubo e publicação de dados de milhares de cartões de crédito israelenses.
A informação revelada incluía os números dos cartões, seus códigos de segurança, endereços pessoais, nomes, números de telefone e do documento nacional de identidade de seus proprietários e tinham sido subtraídas de uma base de dados de clientes de um popular site israelense de esportes.
Logo em seguida foi atacada a página oficial do vice-ministro de Exteriores israelense, Dani Ayalon, que qualificou de "ataques terroristas" os incidentes cibernéticos e advertiu que Israel "responderá com força os hackers que danifiquem a soberania cibernética israelense". EFE