Humala pede "calma" aos peruanos, enquanto Bolsa reage em alta

Publicado 07.06.2011, 17:39
Atualizado 07.06.2011, 18:07

Lima, 7 jun (EFE).- O presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, pediu nesta terça-feira à população que mantenha a calma após os resultados das eleições do domingo passado, em um dia no qual a Bolsa de Valores de Lima se recuperou da queda de 12,45% registrada na segunda-feira.

Humala afirmou aos jornalistas que está fazendo "o melhor" para o Peru e que continuará trabalhando para concretizar esse objetivo, mas não quis revelar nem nomes, nem projetos para um futuro imediato.

Após a queda sofrida pela bolsa nesta segunda-feira, os dirigentes das associações empresariais exigiram que Humala "tranquilize o mercado" anunciando o nome do seu primeiro-ministro e do ministro da Economia, informações que a aliança Gana Peru declarou que serão comunicadas nos próximos dias.

No entanto, a Bolsa de Valores de Lima se recuperou nesta terça-feira e na metade da sessão já registrava uma alta de 6,77%.

Analistas da bolsa declararam à Agência Efe que o mercado registrou um "rebote técnico", provocado por compras de ações com preços baixos e que, além disso, os investidores se tranquilizaram após a declaração de algumas agências qualificadoras de que manterão a perspectiva positiva da economia peruana.

Diante desta situação, o ex-presidente Alejandro Toledo fez um apelo nesta terça-feira para que se deixe Humala trabalhar "tranquilo" na formação de sua próxima equipe de governo.

"Deixem que o presidente eleito trabalhe tranquilo pelo país. Sem pressões nem tensões", escreveu Toledo em seu perfil no Twitter.

O ex-governante, que apoiou Humala no segundo turno, indicou que os sinais de confiança que os empresários pedem a Humala não devem ser "apenas exigidos, mas também dados".

Uma posição similar foi manifestada a Humala pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que telefonou para o candidato eleito para cumprimentá-lo e afirmou que a desconfiança empresarial acabará se dissipando.

Segundo fontes da Gana Peru, durante uma conversa telefônica, Lula manifestou a Humala sua convicção de que a desconfiança dos empresários e investidores das bolsas de valores irá passar, da mesma forma que ocorreu no Brasil após sua eleição como presidente.

Com mais de 95% das urnas apuradas, os números oficiais apontam que Humala ganhou em 19 das 25 regiões do Peru.

Nesse sentido, sua proposta de criar um Estado mais forte, que priorize o desenvolvimento de políticas sociais, mas mantendo um modelo de livre mercado, obteve bons resultados, sobretudo no interior esquecido do país, que, ao contrário de Lima, sentiu muito pouco o grande desenvolvimento econômico peruano da última década.

Entre os casos mais notáveis estão Puno, onde Humala registrou 77,99% (contra 22,09% de Keiko Fujimori); Tacna, com 73,42%; Arequipa, com 65,91%, e Cuzco, com 77,33%, todas no sul do país.

Estas regiões têm, por tradição, uma tendência nacionalista e inclinada para a esquerda, além de contarem com grandes setores sociais empobrecidos, aos quais não chegou o desenvolvimento registrado nos principais núcleos urbanos e onde são frequentes os protestos sociais.

Keiko, por sua vez, conseguiu vencer em quatro regiões do norte do país, como Tumbes, com 54,17% dos votos, e Piura, com 52,33%, assim como em Lambayeque e La Libertad, que foram beneficiadas pela aplicação do modelo econômico durante a gestão do presidente Alan García.

No entanto, a grande fonte de votos da candidata foi a região de Lima e sua vizinha Callao, que representam mais de um quarto do eleitorado nacional e onde Keiko obteve votações próximas a 57%.

Os analistas ressaltaram o "divórcio" entre Lima e o resto do país - com exceção do extremo norte -, sublinhando que os frutos do crescimento econômico foram percebidos pela população urbana e litorânea, mas não pelo interior rural e todas as regiões do centro-sul e da Amazônia peruana. EFE

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.