Ilan diz que BC monitora câmbio e não quer colocar mais pressão

Publicado 10.11.2016, 18:51
© Reuters. Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn

SANTIAGO (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária está monitorando as condições do mercado de câmbio para ajudar a não colocar mais pressão.

Falando em espanhol a jornalistas após evento em Santiago, Ilan disse ainda que o BC somente reduzirá o estoque de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- quando houver condições no mercado.

Segundo ele, sempre há volatilidade do mercado, "isso é normal", com eventos externos que passam e, para que isso seja absorvido, existe o câmbio flutuante.

"O Banco Central está sempre monitorando o mercado e, se for necessário, tomará as medidas adequadas", afirmou ele.

Neste pregão, o dólar disparava cerca de 4 por cento, aproximando-se de 3,35 reais, com forte onda de aversão ao risco.

Na véspera, o BC anunciou que interrompeu a oferta de leilões quase diários de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares. O objetivo é "acompanhar e avaliar as atuais condições de mercado" após a inesperada vitória de Trump.

Segundo dados do BC, há 6,491 bilhões de dólares em contratos de swap tradicional que vencem em 1º de dezembro e que, se o BC mantivesse o movimento até então, poderiam ser anulados se os leilões de reversos fossem mantidos neste mês.

Ilan também afirmou que a economia brasileira deve crescer cerca de 1,2 a 1,3 por cento em 2017 e, em 2018, o desempenho será melhor do que isso.

O presidente do BC também repetiu que a estratégia da autoridade monetária é trazer a inflação de volta à meta em 2017 e mantê-la baixa e estável.

Em apresentação em espanhol para um evento no Chile, Ilan afirmou ainda que as economias emergentes devem aproveitar a oportunidade criada pelo "interregno benigno" para implementar ajustes necessários e que, para o Brasil, o importante é adotar reformas (limite de gastos e Previdência) para restabelecer a confiança e criar condições para recuperação econômica com inflação baixa e estável.

© Reuters. Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn

(Reportagem de Anthony Esposito; Texto de Patrícia Duarte; Edição de Camila Moreira)

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