Rio de Janeiro, 6 set (EFE).- A inflação acumulada no Brasil, entre agosto de 2010 e agosto de 2011, ficou em 7,23%, maior nível para o período de um ano desde junho de 2005 (quando fechou em 7,27%), informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice oficial de preços acumulou um aumento de 4,42% nos oito primeiros meses do ano, mais de um ponto percentual acima do 3,14% medido entre janeiro e agosto do ano passado, de acordo com o instituto.
As taxas acumuladas até agosto põem em dúvida a possibilidade de que o governo cumpra sua meta de terminar 2011 com uma inflação de 4,50%, embora a política de metas permita uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, com o índice no patamar máximo de 6,50%.
Segundo a previsão de uma centena de economistas de bancos privados consultados na última semana pelo Banco Central, o Brasil vai fechar este ano com uma inflação muito próxima dos 6,47% medidos em 2010. Entretanto, a pesquisa foi realizada antes de divulgada a inflação de agosto.
No aumento da inflação deste ano, o comportamento dos preços de agosto teve uma contribuição especial. O índice subiu 0,37%, quase 10 vezes acima do 0,04% medido no mesmo mês do ano passado. Apesar de ter ficado 0,47% abaixo da inflação de maio, o índice de agosto mais que dobrou comparado ao de junho (0,15%) e julho (0,16%).
De acordo com o IBGE, o aumento dos preços de agosto foi impulsionado principalmente pelos alimentos, que registraram um aumento de 0,72%, após uma queda de 0,34% em julho. As carnes, que foram o produto com maior impacto na inflação, tiveram o preço reajustado em 1,84% no último mês, após terem caído 1,12% em julho.
O aumento da inflação em agosto surpreendeu o próprio Banco Central, que em reunião com seus diretores na última semana reduziu as taxas de juros por considerar que a desaceleração da economia mundial pode frear as pressões sobre os preços no Brasil.
A decisão de reduzir a taxa básica de juros de 12,5% para 12% ao ano aconteceu depois que o próprio Banco Central elevou os juros por cinco vezes consecutivas para impedir que a inflação saia do controle no país. EFE