Rio de Janeiro, 25 mai (EFE).- O investimento estrangeiro direto no Brasil nos primeiros quatro meses do ano somou US$ 22,985 bilhões, quantia quase três vezes superior ao do mesmo período de 2010 (US$ 7,880 bilhões), informou nesta quarta-feira o Banco Central.
O investimento dos estrangeiros em projetos produtivos no Brasil nos primeiros quatro meses do ano é quase a metade da de todo o ano passado (US$ 48,462 bilhões) e equivale a 42% da inicialmente prevista pelo Governo para todo 2011 (US$ 55 bilhões).
Em abril, o investimento estrangeiro direto foi de US$ 5,512 bilhões, valor inferior ao de março (US$ 6,791 bilhões), mas mais de duas vezes superior ao do mesmo mês de 2010 (US$ 2,228 bilhões).
O Banco Central informou igualmente que o investimento de estrangeiros no mercado financeiro brasileiro nos primeiros quatro meses do ano caiu para US$ 8,637 bilhões, a metade dos US$ 16,625 bilhões do mesmo período do ano passado.
O investimento dos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo e no mercado financeiro se reduziu de US$ 7,297 bilhões em abril de 2010 para US$ 2,769 bilhões em abril.
Essa redução foi atribuída às medidas adotadas neste ano pelo Governo brasileiro, entre as quais figura aumento dos impostos sobre o investimento de curto prazo no mercado para reduzir a entrada de dólares no país e frear a apreciação do real.
Segundo o Banco Central, o aumento do investimento estrangeiro direto financiou totalmente o déficit de conta corrente do país, que nos primeiros quatro meses acumulou recorde de US$ 18,119 bilhões.
Esse saldo em vermelho é em 9,4% superior ao déficit dos quatro primeiros meses de 2010 na balança de conta corrente, que mede as transações do Brasil com o exterior, incluindo a balança comercial e de serviços, a conta de rendimento (remessas de dividendos e pagamento de juros) e as transferências unilaterais.
O organismo emissor prevê que o Brasil fechará este ano com déficit recorde de US$ 60 bilhões em sua balança de conta corrente, superior ao registrado em 2010, de US$ 47,518 bilhões, até agora o maior registrado.
Essa deterioração é consequência principalmente do aumento das remessas de benefícios e dividendos das empresas estrangeiras ao exterior e do forte aumento das importações como consequência da apreciação do real frente ao dólar.
Ao aumento do déficit em conta corrente também contribuiu para despesa recorde dos turistas brasileiros no exterior, que nos primeiros quatro meses do ano ficou em US$ 6,667 bilhões, com crescimento de 45,1% frente ao mesmo período do ano passado (US$ 4,570 bilhões).
Em abril os turistas brasileiros gastaram no exterior US$ 1,943 bilhão, crescimento de 58,1% frente ao mesmo mês de 2010 e o maior valor para esse mês.
As despesas dos turistas seguiram crescendo apesar da medida do Governo que elevou o imposto sobre as despesas com cartão de crédito no exterior de 2,38% para 6,38%. EFE