Teerã, 18 abr (EFE).- O ministro do Petróleo iraniano, Masoud Mirkazemi, reconheceu nesta segunda-feira que a indústria de petróleo e gás de seu país enfrentará dificuldades em um futuro próximo caso não atraia mais investimentos.
Em declarações divulgadas nesta segunda-feira pela agência de notícias "Mehr", o ministro explicou que a capacidade de exportação de petróleo do Irã será colocada em risco se não houver uma injeção de capital.
"Se não atrairmos investimentos à indústria do petróleo e gás, e considerando que nossas reservas estão na segunda fase de sua vida, haverá uma genuína preocupação sobre a continuidade da produção e exportação do petróleo iraniano", relatou Mirkazemi.
O ministro compareceu nesta segunda-feira ao encerramento da Feira Internacional de Petróleo e Gás, que teve início na última sexta-feira em Teerã.
O Irã é considerado o segundo país mais rico do mundo em reservas comprovadas de petróleo e gás, mas tem uma precária e obsoleta indústria que o torna dependente do exterior.
Um dos projetos de mais destaque no qual o Irã enfrenta dificuldades técnicas é a jazida de gás de "South Pars", que os analistas calculam guardar 8% das reservas mundiais desta matéria-prima.
Situada no Golfo Pérsico, a jazida é partilhada através do leito marinho pelo Irã e Catar, país que o explora de maneira sustentada há vários anos.
O Irã, por sua vez, havia concedido o desenvolvimento de várias fases a multinacionais estrangeiras, que nos últimos meses congelaram e abandonaram os projetos devido às sanções impostas pela ONU por conta das suspeitas sobre seu programa nuclear.
Diante da saída de gigantes do setor como a hispano-argentina Repsol e a francesa Total, o regime iraniano concedeu a exploração de diversas fases a empresas chinesas, indianas e do sudeste asiático, assim como a companhias nacionais.
Autoridades iranianas calcularam em US$ 200 bilhões a quantia necessária para explorar South Pars durante o período de 2010 a 2015. EFE