(Atualiza com o número de embaixadores convocados)
Teerã, 16 jun (EFE).- O Ministério de Assuntos Exteriores do Irã
convocou hoje os embaixadores de República Tcheca, Reino Unido,
França, Holanda, Itália e Alemanha para protestar contra as
declarações que a União Europeia (UE) e seus Governos fizeram sobre
as eleições presidenciais iranianas.
Segundo a televisão estatal iraniana, um membro do Governo local
advertiu o embaixador tcheco, Josef Havlas, cujo país exerce a
Presidência semestral do bloco europeu, que "nem a UE, nem ninguém,
tem direito de interferir nos assuntos internos do Irã, (...), menos
ainda no que diz respeito às gloriosas eleições".
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, se mostrou "muito
preocupada" com a situação vivida atualmente no Irã e pediu ao
Governo do país para que "permita as manifestações pacíficas".
O embaixador do Reino Unido no Irã, Simon Lawrence Gass, foi
chamado para consultas sobre as declarações do primeiro-ministro do
país europeu, Gordon Brown, e de seu ministro de Assuntos
Exteriores, David Miliband.
Brown afirmou que "o Irã deve esclarecer as questões sobre o
pleito", enquanto que Miliband expressou "sérias dúvidas" sobre o
desenvolvimento do processo eleitoral iraniano.
De acordo com a agência de notícias estudantil "Isna", o
representante diplomático francês, Bernard Poletti, foi reprovado
devido à "posição ilógica e insultante" do presidente da França,
Nicolas Sarkozy.
O chefe de Estado francês denunciou hoje o que considera como
"uma ampla fraude" em favor do presidente e vencedor do pleito,
Mahmoud Ahmadinejad.
Milhares de eleitores do líder da oposição iraniana, Mir Hussein
Moussavi, voltaram hoje às ruas iranianas apesar das advertências
das autoridades para exigir a repetição de eleições que consideram
como fraudulentas. EFE