Jerusalém, 9 dez (EFE).- Israel, alegando "motivos de segurança",
impediu a entrada em Gaza de um grupo de nove deputados do
Parlamento Europeu previamente autorizados a visitar a faixa
territorial palestina, denunciou hoje a delegação de parlamentares.
"Ontem (terça-feira) à tarde, Israel finalmente havia autorizado
todos os membros de nossa delegação a viajar. No entanto, cerca de
três horas depois, nossa entrada foi impedida por motivos de
segurança, sem mais explicações", destaca uma nota.
A delegação, integrada por deputados de Irlanda, Chipre, Itália,
Alemanha, França, Reino Unido e Grécia, agora cobra de Israel uma
"explicação completa sobre os riscos de segurança" que levaram as
autoridades locais a tomar uma decisão que "não melhora" em nada "as
relações entre o Governo israelense e o Parlamento Europeu".
Para os deputados, é "extremamente curioso que o cancelamento
tenha sido decidido horas depois" de os ministros de Assuntos
Exteriores da UE terem aprovado um documento defendendo Jerusalém
como capital de dois Estados, algo criticado pelas autoridades
israelenses.
A delegação, que recebeu a notícia da proibição com "perplexidade
e consternação", pretendia "comprovar as condições humanitárias em
que vive a população de Gaza diante das contínuas restrições
impostas por Israel".
A delegação também se encontraria com deputados palestinos e iria
tentar "comprovar a eficácia da ajuda da UE à região".
"Esta missão era tanto do interesse da segurança de Israel como
do povo palestino (...). As moléstias causadas à nossa delegação são
pequenas comparadas à constante tensão e ao assédio com que vivem os
palestinos nos territórios ocupados", acrescenta a nota.
Ontem, o jornal israelense "The Jerusalem Post" publicou que o
Governo de Benjamin Netanyahu aplica uma política não declarada de
impedir "figuras políticas de destaque" de entrar em Gaza com um
duplo objetivo: evitar que o Hamas obtenha legitimidade e fazer
pressão pela libertação do soldado Gilad Shalit, seqüestrado em
2006. EFE