Madri, 10 fev (EFE).- Jornalistas de Argentina, Colômbia, México, Portugal e Espanha foram agraciados nesta quinta-feira com os Prêmios Internacionais de Jornalismo Rei da Espanha, em sua 28ª edição.
A argentina Diana Fernández Irusta, os colombianos José Enrique Guarnizo, Waldir Ochoa Guzmán e Víctor Hugo Deossa, o mexicano Daniel Aguilar Rodríguez e o português João Francisco Guerreiro foram premiados junto com uma equipe do site "elmundo.es" (Espanha) e o jornalista espanhol Javier Ortega Vizcaíno.
Os Prêmios Internacionais de Jornalismo Rei da Espanha são convocados anualmente pela Agência Efe e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).
A reportagem "Aún testigos" (Ainda testemunhas), publicada na "La Nación Revista" de Buenos Aires em 15 de novembro de 2009, rendeu o prêmio Iberoamericano à jornalista Diana Fernández Irusta.
O trabalho lembra os 70 anos transcorridos desde o final da guerra civil espanhola através do depoimento de várias "crianças da guerra" que fugiram da Espanha, "perderam suas raízes e suas famílias, e acabaram se abrigando na Argentina".
A repórter se disse "surpresa" com a conquista do prêmio e ressaltou que seu pai foi "uma criança da guerra" e que escreveu o trabalho após sua morte.
O colombiano José Enrique Guarnizo ganhou o prêmio na categoria Imprensa por uma reportagem sobre imigrantes ilegais africanos e asiáticos que chegam à região colombiana de Urabá na tentativa de alcançar os Estados Unidos.
Sua reportagem foi publicada em 6 de junho de 2010 no jornal "El Colombiano" de Medellín.
Guarnizo expressou à Efe seu desejo de que o prêmio sirva "para tornar mais visível" o drama que vivem os imigrantes ilegais.
Os também colombianos Waldir Ochoa Guzmán e Víctor Hugo Deossa conquistaram o prêmio na categoria Televisão por uma reportagem que documenta casos de pessoas desaparecidas durante o conflito interno na Colômbia, transmitida em 22 de abril do ano passado no canal "Televida" de Medellín.
Guzmán declarou que o prêmio permitirá "colocar em pauta" o tema dos milhares de desaparecidos na Colômbia.
Uma imagem registrada pelo mexicano Daniel Aguilar Rodríguez em Porto Príncipe pouco depois do terremoto que devastou o Haiti ganhou o prêmio Rei da Espanha na categoria Fotografia.
A fotografia foi publicada na revista mexicana "Emeequis" em 25 de janeiro de 2010, 13 dias após o terremoto.
Aguilar disse à Efe que esse reconhecimento o obrigará a ser "mais exigente" em seu trabalho.
A catástrofe do Haiti também foi o tema escolhido pelo jornalista português João Francisco Guerreiro, que conquistou o prêmio na categoria Rádio.
Sua reportagem foi transmitida pela "TSF" em 11 de fevereiro de 2010.
Guerreiro pediu nesta quinta-feira à comunidade internacional que não esqueça o Haiti, onde disse que contemplou "a situação mais dramática" que já presenciou em sua vida, apesar de ter participado da cobertura de outras catástrofes.
O prêmio de Jornalismo Digital foi para uma extensa reportagem multimídia publicada pelo "elmundo.es" sobre o centenário da Gran Via de Madrid.
O espanhol Javier Ortega Vizcaíno foi agraciado com o Prêmio Don Quixote de Jornalismo, patrocinado pelo Governo regional de Castilla-La Mancha, por um artigo publicado no jornal "Ideal" de Granada sobre o caráter imperecível do tango.
Os vencedores do Prêmio Iberoamericano e Dom Quixote recebem 9 mil euros cada, enquanto os das categorias Imprensa, Televisão, Rádio, Fotografia e Jornalismo Digital recebem 6 mil euros cada.
Na edição deste ano, a Agência Efe conta com o patrocínio do grupo internacional de construção OHL. EFE