Investing.com - A libra subiu frente ao dólar nesta quinta-feira, atingindo o pico de um mês pois os números das vendas no varejo do Reino Unido foram melhores do que o esperando e indicaram que os gastos dos consumidores permanecem resilientes apesar da inflação em alta e crescimento fraco da renda.
O par GBP/USD chegava a 1,2528, maior valor desde 24 de fevereiro, em alta a partir de cerca de 1,2472 antes do relatório.
As vendas no varejo saltaram 1,4% em fevereiro, conforme o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), e facilmente superando as projeções de economistas de aumento de apenas 0,4%.
Os números de janeiro foram revistos para baixo e apontaram queda de 0,5%, a partir da diminuição de 0,3% previamente relatada.
Contudo, a tendência de base é mais negativa, informou o ONS, já que as vendas no varejo nos três meses anteriores a fevereiro caíram 1,4%. Foi a segunda queda mensal seguida, a maior queda desde março de 2010 e apenas a segunda queda desde dezembro de 2013.
"A tendência de base sugere que os preços crescentes do petróleo, particularmente, têm um efeito negativo na quantidade total de bens adquiridos pelos últimos três meses", afirmou Kate Davies, estatística do ONS.
Esse relatório veio na sequência do relatório de dados da inflação do Reino Unido, na terça-feira, que mostrou que, em fevereiro, a inflação subiu acima da meta de 2% do Banco da Inglaterra pela primeira vez desde setembro de 2013.
Economistas temem que o aumento da inflação em um momento em que o crescimento da renda está diminuindo desgastará o gastos dos consumidores, o principal motor de crescimento na economia do Reino Unido.
A libra ampliou ganhos frente ao euro, com o par EUR/GBP caindo 0,37% para 0,8616, ante cerca de 0,8644 mais cedo.
Enquanto isso, o dólar está em pausa já que investidores tomam fôlego antes da votação crucial do projeto de lei republicano do sistema de saúde nos EUA, o que é um importante teste para o Presidente Trump.
O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais moedas, subia 0,09% para 99,57, após cair para a mínima em sete semanas de 99,34 na sessão anterior.
O dólar esteve sob forte pressão de venda nas últimas sessões em meio a ampla aversão ao risco estimulada por dúvidas com a habilidade da administração Trump de import a agenda favorável ao crescimento prometida pelo presidente.
Investires veem as dificuldades da administração Trump de passar a reforma do sistema de saúde como um sinal de que ele possa enfrentar adversidades em outras promessas políticas incluindo cortes na tributação de empresas, reforma de regulamentações e gastos com infraestrutura.