Rio de Janeiro, 1º mar (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse hoje que Brasil e México têm potencial para um comércio
bilateral três vezes maior e que as trocas com Cuba também crescerão
à medida que o embargo à ilha for diminuindo.
Em seu programa de rádio semanal, durante o qual fez um balanço
da viagem que fez na semana passada a Cuba, México, Haiti e El
Salvador, Lula defendeu o aumento do comércio entre os países
latino-americanos e a redução do superávit brasileiro com essas
nações.
O presidente afirmou que uma das coisas mais importantes da
viagem foi a reunião que teve com autoridades do México para tratar
de assuntos comerciais.
"O Brasil precisa olhar com mais carinho para o México, e o
México precisa olhar com mais carinho para o Brasil. Fizemos uma
grande reunião com empresários mexicanos e brasileiros", disse o
chefe de Estado.
"Precisamos estabelecer um padrão, porque Brasil e México têm
potencial para uma balança comercial de mais de US$ 20 bilhões e ela
não passa de US$ 7 bilhões", disse.
Lula acrescentou que a reconstrução do porto cubano de Maciel,
uma obra de US$ 600 milhões da qual o Brasil participa, abre
perspectivas para um aumento do comércio com Cuba.
"À medida que o embargo a Cuba diminui a cada dia, o comércio
entre o Brasil e o país vai crescer, e o comércio entre Cuba e
outros países crescerá muito", afirmou.
Sobre a viagem a El Salvador, Lula disse que tratou da venda de
ônibus brasileiros ao país centro-americano e adiantou as
negociações para um acordo de financiamento de exportações e
serviços.
Segundo o governante, um grupo de empresários brasileiros o
acompanhou a cada país visitado, o que, destacou, também contribui
para o reforço das relações comerciais.
"Em meu discurso, disse que era importante os empresários
brasileiros construírem associações com os empresários salvadorenhos
para exportar produtos para os Estados Unidos, mas também para
exportar para o Brasil, a fim de equilibrar a balança comercial, que
hoje é muito favorável ao Brasil", declarou.
Em outro momento do programa, Lula destacou sua participação na
reunião do Grupo do Rio no México, que deu origem a uma nova
organização regional para agrupar todos os países da América Latina
e do Caribe.
"Decidimos transformar todos os esforços em uma integração mais
forte e criar uma instância que vai poder padronizar nossa atuação",
disse.
"Acho que é algo muito importante, porque, antes, esses países
olhavam muito para os Estados Unidos e a Europa. Agora, estamos
percebendo que temos muitas coisas a fazer entre nós, muitos
acordos, muito comércio e muita democracia para exercitar",
acrescentou. EFE