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Lula pede América do Sul menos dependente de Europa e EUA

Publicado 11.12.2009, 22:16
Atualizado 11.12.2009, 22:42

Lima, 11 dez (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje em Lima (Peru) um pedido aos países sul-americanos para que se tornem menos dependentes de Europa e Estados Unidos, e deu como exemplo a relação entre Brasil e Peru.

Após duas reuniões entre Lula e o presidente peruano Alan García - a primeira em particular e a segunda com representantes das duas delegações -, os dois líderes fizeram breves declarações antes de assinarem 17 acordos de cooperação e uma declaração conjunta de 51 pontos.

García disse que a integração dos dois países "permitirá que ambos alcancem o alto nível de bem-estar e desenvolvimento social pelos quais todos lutamos", e chamou Lula de "peregrino da integração continental".

Corroborando estas palavras, Lula destacou as relações entre os países sul-americanos, que atingiram um grau que classificou como impensável há 20 anos "por desconfianças históricas" e porque "os países do norte eram os que impunham as regras".

Lula fez especial referencia ao papel das empresas nneste trabalho de integração, assegurando que encoraja os empresários brasileiros a não olhar tanto para o norte, mas investir e vender produtos na América do Sul e na África, embora tenha ressaltado que o comércio deve ser justo e fazer com que as duas partes ganhem.

Peru e Brasil tiveram em 2008 intercâmbios comerciais no valor de US$ 3.167 bilhões, com uma balança comercial propícia ao Brasil - US$ 2.271 bilhões em exportações, contra US$ 895 milhões em importações peruanas, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores em Lima.

Entre os projetos de investimento, o mais importante é o da Petrobras, que neste ano investiu US$ 160 milhões no Peru e planeja fazer com que este número chegue a US$ 1 bilhão até 2013.

A Petrobras explora atualmente um lote petroleiro na bacia de Decepasse (norte do Peru), onde produz 16 mil barris diários, além de outro lote na região de Cuzco, onde acredita-se que haja enormes reservas de gás ainda não descobertas.

Para deixar claro o caráter notadamente econômico da visita de Lula ao Peru, o presidente brasileiro esteve acompanhado não só pelo chanceler Celso Amorim, mas também pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, além de diversos empresários.

Lula disse que os empresários brasileiros foram vistos no continente, durante os últimos anos, como imperialistas, sentimento que não era despertado pelas empresas americanas, algo que atribuiu à "lavagem cerebral a que fomos submetidos durante séculos".

Paralelamente à reunião de Lula com García, um Conselho Empresarial Peruano-Brasileiro se reunia em outra dependência do Palácio do Governo, e outro grupo de empresários de ambos os países realizava um seminário em um hotel de Lima.

Lula destacou, além disso, o papel que pode ser desempenhado pelos governos dos dois países em prol da integração.

Um dos projetos mais ambiciosos de integração fronteiriça é a usina de energia elétrica de Inambari, projetada pela Eletrobrás e cuja construção já começou. Em 2016, ano previsto para a conclusão da obra, ela poderá fornecer eletricidade ao Peru, que venderia o excedente ao Brasil. EFE

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