Toronto (Canadá), 26 jun (EFE).- O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, disse hoje que não existe consenso ainda no Grupo dos Vinte
(G20, principais países ricos e emergentes) sobre o déficit e
afirmou que a meta de reduzi-lo à metade para 2013 não é realista.
"É muito draconiana, um pouco difícil, um pouco exagerada", disse
Mantega, que representa o Brasil na cúpula de líderes do G20 que
começa hoje em Toronto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
cancelou sua participação devido às inundações no nordeste.
Uma minuta do comunicado que o G20 deve divulgar amanhã no final
de sua reunião menciona o objetivo de reduzir o déficit pela metade
para 2013 e a estabilização da dívida como uma percentagem da
produção total para 2016.
O ministro reconheceu que há acordo na necessidade de cortar o
déficit e a dívida, mas apontou que a discussão sobre "quanto"
permanece aberta.
Assinalou que o tema da dívida pública é igual ao do déficit, ao
destacar a necessidade de ter "números e metas explícitas" e
insistir, ao mesmo tempo, que "é importante que sejam factíveis,
realizáveis".
A velocidade, insistiu, não pode ser muito rápida, porque
prejudicaria o crescimento.
Mencionou, nesse sentido, que o principal desafio nestes momentos
para a economia global é "garantir a consolidação da recuperação"
que pode se ver "ameaçada", disse, pela "pressa na retirada dos
estímulos".
Assegurou querer deixar "claro" que o Brasil é "partidário" da
consolidação fiscal e usou como exemplo o fato do país estar
reduzindo o déficit e a dívida, mas disse que "a dose tem que ser
correta" porque quando se exagera, pode-se "matar o paciente". EFE