Washington, 16 abr (EFE).- O médico e antropólogo americano Jim Yong Kim, de 52 anos e especialista em questões de saúde pública, é o novo presidente do Banco Mundial, segundo informou nesta segunda-feira o diretório executivo do organismo.
Kim, cuja candidatura foi apresentada pelo presidente americano, Barack Obama, foi desde 2009 o primeiro presidente de origem asiática (coreana) do Dartmouth College, em New Hampshire, uma das universidades de maior prestígio na costa leste dos Estados Unidos.
Anteriormente, entre 2003 e 2005, ele tinha sido diretor do Departamento de Aids da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde se encarregou de lançar a bem-sucedida iniciativa "3 por 5" com o objetivo de tratar 3 milhões de pacientes com Aids.
Casado e com dois filhos, Kim nasceu em Seul, mas se mudou aos EUA com seus pais, um dentista e uma professora de filosofia, aos cinco anos. Sua família se instalou no estado de Iowa, no oeste do país, onde ingressou no colégio.
Aluno brilhante, ele se graduou na Universidade de Brown, em 1991 conseguiu sua licenciatura em Medicina e em 1993 obteve o doutorado em antropologia na Universidade de Harvard.
Em Harvard, Kim também foi professor da Escola de Medicina e diretor do Centro François-Xavier Bagnoud para a Saúde e os Direitos Humanos.
Em 2006, ele foi incluído na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo publicada pela revista "Time".
Nas últimas duas décadas, Kim publicou vários trabalhos acadêmicos no âmbito da saúde pública, onde é considerado um especialista mundial.
Além disso, ele foi diretor-executivo e cofundador da "Partners in Health", uma organização sem fins lucrativos que oferece serviços médicos em países como o Haiti, Peru, Rússia e Ruanda.
A candidatura de Kim, proposta no mesmo dia em que se cumpria o prazo no Banco Mundial, era a mais provável por contar com mais apoio internacional por causa do pacto tácito entre Estados Unidos e Europa, que repartiu o controle do BM e do Fundo Monetário Internacional (FMI), respectivamente, desde 1944.
Até agora, a maior parte dos presidentes do Banco Mundial provinham do mundo das finanças, negócios ou política, e a designação de Kim representa uma certa mudança de rumo para um profissional que dedicou a maior parte de sua carreira na área do desenvolvimento e da saúde pública global.
Os outros dois candidatos em disputa foram o ex-ministro colombiano José Antonio Ocampo, que retirou na semana passada sua candidatura por falta de apoio (nem sequer alcançou o respaldo do Governo de seu país) e a ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala.
Dessa forma, Kim substitui Robert Zoellick, que anunciou em fevereiro não optar pela reeleição após cinco anos à frente da instituição.
O BM, que conta com uma relação de 9 mil funcionários e com sede em Washington, forneceu no ano passado US$ 57,4 bilhões para projetos de desenvolvimento em países de renda média e baixa de todo o planeta. EFE