Roma, 13 mar (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, disseram nesta terça-feira que apostam no crescimento econômico e na criação de postos de trabalho na União Europeia (UE), uma vez que a fase "mais aguda" da crise financeira tenha passado.
Em entrevista coletiva ao término de seu encontro em Roma, os líderes expressaram a sintonia entre seus Governos sobre a necessidade de uma maior competitividade da economia europeia, mas sem descuidar o objetivo do equilíbrio orçamentário.
Monti acrescentou que "após firmar o pacto fiscal, é necessário que a UE entre em uma fase na qual preste atenção ao crescimento e à ocupação, principalmente juvenil".
O chefe do Governo italiano disse que encontrou com o Executivo alemão "fortes consonâncias" no que se refere a uma estratégia europeia para o crescimento econômico e anunciou que no próximo verão os dois Estados realizarão na Itália uma cúpula intergovernamental.
"Decidimos cooperar estreitamente com alguns instrumentos para a política do crescimento, relativos principalmente aos serviços, à inovação, à mobilidade no trabalho e às redes industriais", disse Monti.
Neste sentido, Merkel afirmou que a Europa deverá se concentrar nos próximos anos em três pontos: a competitividade, principalmente perante potências fortes como China e Índia; o mercado de trabalho, especialmente o juvenil, e a consolidação fiscal, para evitar "o risco do endividamento e da especulação dos mercados".
Defensora do rigor e do ajuste nas contas públicas, Merkel concentrou grande parte de seu discurso desta terça-feira na recuperação econômica. Seu interlocutor, Monti, é um dos promotores da carta pelo crescimento enviada pelos Executivos de 12 Estados a Bruxelas.
"A crise do euro colocou diante dos nossos olhos as debilidades da Europa e os pontos fracos que é preciso tentar eliminar", disse Merkel, que classificou como "valentes" as reformas econômicas realizadas por Monti desde que substituiu Silvio Berlusconi em novembro.
Segundo Merkel, "temos que levar adiante o trabalho iniciado para a Europa do futuro. Itália e Alemanha estão muito unidas: nosso trabalho sobre o crescimento e a ocupação laboral continua porque queremos alcançar objetivos precisos. Temos que dar a todo mundo uma oportunidade de trabalho".
Monti e Merkel abordaram, além disso, o assunto da chamada "Tobin tax", a taxa sobre transações financeiras, sobre a qual esperam levar uma proposta comum à Europa antes do fim do mês e para a qual, segundo a chanceler alemã, "estão sendo exploradas todas as possibilidades".
Também foi abordada a possibilidade de Monti suceder Jean-Claude Juncker à frente do Eurogrupo. A chanceler alemã disse que é "muito cedo" para falar sobre a questão e se limitou a dizer que gostou "muito" do trabalho de Monti na Itália e de Mario Draghi no Banco Central Europeu (BCE).
Os chefes de Governo da Itália e Alemanha expressaram, além disso, sua preocupação pelos planos nucleares do Irã e pela crise síria. De acordo com Merkel, é "alarmantemente triste" que ainda não tenham encontrado uma solução para este conflito. EFE